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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

  • O chamado desenvolvimento sustentável é um grande desafio para o país e o mundo. Ao mesmo tempo em que as sociedades se preocupam em reduzir a pobreza por meio do desenvolvimento econômico, o aquecimento global coloca em xeque as possibilidades de um desenvolvimento sustentável, isto é, que preservem esse modo de vida no futuro.
  • Esse é um debate complicado e o melhor lugar por onde começar é pelos dados. Por exemplo, sabemos que o crescimento econômico dos países é altamente correlacionado com o gasto de energia elétrica. Diante desse fato, conhecer as necessidades energéticas mundiais ajuda a colocar em perspectiva o que significa tentar desenvolver todo o mundo. Apenas para se ter uma ideia, em 2002 a demanda de energia elétrica global era de quase 15 bilhões de quilowatts. E prevê-se que em 2020 a demanda mundial será da ordem de 25 bilhões de quilowatts. Um aumento de cerca de 66% em 20 anos.
  • Como gerar tanta energia para o desenvolvimento dos países? Já se começa a cogitar em muitos países a produção de energia a partir reatores nucleares, ou seja, a famosa energia nuclear. Ademais, as previsões da Agência Internacional de Energia para 2030 é que os combustíveis fósseis como fonte de energia continuarão a ser principal fonte energética, como mostra o gráfico abaixo, com dados globais sobre uso de energia.


  • Diante de dados como esses, é até difícil imaginar como reverter as emissões de CO2, ainda que se adotem tecnologias mais limpas, como carros que poluem menos. Afinal, os ganhos de eficiência têm que não apenas compensar o aumento na utilização de energia, como ainda propiciar um redução substantiva nas emissões globais de CO2. Daí porque a mudanças de hábitos de vida e de padrões de consumo são uma variável importante a ser considerada, ainda que isso signifique repensar o significado de desenvolvimento econômico. Difícil visualizar outra alternativa com os dados e tecnologias atuais. Em Assembléia Geral de 12 de fevereiro de 2010 foi apresentado o relatório de avaliação intitulado: “Cumprir a promessa: um balanço prospectivo tendo em vista promover um programa de ação concertado para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015”.
  • Numa interpretação muito positiva sobre o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – entre 2000 e 2015 surge a “Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”, definida e aprovada, por unanimidade, por 193 Estados-membros presentes durante a cimeira promovida pela Organização das Nações Unidas em Assembléia Geral em Nova Iorque, entre 25 e 27 de setembro de 2015. Citando a organização “trata-se da nova agenda de ação até 2030, que se baseia nos progressos e lições apreendidas com os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, [implementados] entre 2000 e 2015. Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas.” Esta agenda entrou em vigor em 1 de janeiro de 2016, impulsionada pela dinâmica da Cimeira do Clima que ocorreu em Paris em Dezembro de 2015, e institui 17 objetivos (com 169 metas) de desenvolvimento sustentável, a alcançar até 2030. 
  • Os 17 objetivos que constituem a proposta da ONU são: 
    1. Erradicar a pobreza; 
    2. Erradicar a fome; 
    3. Saúde de qualidade; 
    4. Educação de qualidade; 
    5. Igualdade de gênero; 
    6. Água potável e saneamento; 
    7. Energias renováveis e acessíveis; 
    8. Trabalho digno e crescimento econômico; 
    9. Indústria, inovação e infraestruturas; 
    10. Reduzir as desigualdades; 
    11. Cidades e comunidades sustentáveis; 
    12. Produção e consumo sustentáveis; 
    13. Ação climática; 
    14. Proteger a vida marinha; 
    15. Proteger a vida terrestre; 
    16. Paz, justiça e instituições eficazes; 
    17. Parcerias para a implementação dos objetivos. 
  • É considerado “uma agenda alargada e ambiciosa que aborda as três dimensões do desenvolvimento sustentável: social e econômica, aspetos ambientais, bem como importantes questões relacionadas com a paz, a justiça e instituições eficazes.” Uma ambição que vai ao encontro das palavras proferidas pelo antigo Secretário-Geral das Nações Unidas Kofi Annan, a 14 de março de 2001, no Bangladesh :“o nosso maior desafio neste novo século é agarrar num conceito abstrato – desenvolvimento sustentável – e conseguir transformá-lo numa realidade para toda a população mundial”. Os 17 ODS, desdobrados em 169 metas, serão monitorizados e avaliados utilizando um conjunto de indicadores globais, que serão compilados num relatório anual. “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são a nossa visão comum para a Humanidade e um contrato social entre os líderes mundiais e os povos”, disse o secretário-geral da ONU à época, Ban Ki-moon. “São uma lista de coisas a fazer em nome dos povos e do planeta e um plano para o sucesso”. Um desafio para o planeta, mas antes de mais um desafio para a humanidade em torno de 5 domínios essenciais: planeta, pessoas, parcerias, prosperidade e paz.

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