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terça-feira, 1 de outubro de 2019

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

  • As coordenadas nos auxiliam na localização precisa de elementos no espaço geográfico. Elas podem ser geográficas ou alfanuméricas.
  • O globo terrestre pode ser dividido por uma rede de linhas imaginárias que permitem localizar qualquer ponto em sua superfície. Essas linhas determinam dois tipos de coordenada:
    • A latitude e a longitude, que em conjunto são chamadas de coordenadas geográficas.
  • Num plano cartesiano matemático, a localização de um ponto é determinada pelo cruzamento das coordenadas x e y. Numa esfera, o processo é semelhante, mas as coordenadas são medidas em graus.
  • As coordenadas geográficas funcionam como "endereços" de qualquer localidade do planeta. O Equador corresponde ao círculo máximo da esfera, traçado num plano perpendicular ao eixo terrestre, e determina a divisão do globo em dois hemisférios (do grego hemi, "metade", e sphaera, "esfera"): o norte e o sul. 
  • A partir do Equador, podemos traçar círculos paralelos que, à medida que se afastam para o norte ou para o sul, diminuem de diâmetro. A latitude é a distância em graus desses círculos, chamados paralelos, em relação ao Equador, e varia de 0º a 90º tanto para o Norte (N) quanto para o Sul (S).
  • O Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio são linhas imaginárias situadas à latitude aproximada de 23º N e de 23º S, respectivamente.
  • Os círculos polares também são linhas imaginárias, situadas à latitude aproximada de 66º N e de 66º S.
     
  • Conhecer apenas a latitudes de um ponto, porém, não é suficiente para localizá-lo. Ao procurar-se, por exemplo, um ponto a 20º ao sul do Equador, se encontrará não apenas um, mas inúmeros pontos situados ao longo do paralelo 20ºS. Por isso, é necessária uma segunda coordenada que permita-se localizar um determinado ponto.
  • Para determinar a segunda coordenada, a longitude, foram traçadas linhas que cruzam os paralelos perpendicularmente. Essas linhas, que também cruzam o Equador, são denominadas meridianos (do latim meridiánus, "de meio-dia, relativo ao meio-dia"). Os meridianos são semicircunferências que têm o mesmo tamanho e convergem para os pólos.
  • Como referência, convencionou-se internacionalmente adotar como meridiano 0º, o que passa pelo Observatório Real de Greenwich, nas proximidades de Londres (Inglaterra), e o meridiano oposto, a 180º, foi chamado de "antimeridiano".
  • Esses meridianos dividem a Terra em dois hemisférios:
    • Ocidental, a oeste de Greenwich e;
    • Oriental, a leste de Greenwich.
  • Assim, os demais meridianos podem ser identificados por sua distância, medida em graus, ao meridiano de Greenwich. Essa distância é a longitude e varia de 0º a 180º tanto para leste (E) quanto para oeste (W).
GRADE DE PARALELOS E MERIDIANOS (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)




  • Se procurarmos, por exemplo, um ponto de coordenadas 51º N e 0º, será fácil encontrá-lo: estará no cruzamento do paralelo 51º N com o meridiano 0º. Consultando um mapa, verificaremos que este ponto está muito próximo do Observatório de Greenwich, na Inglaterra.
  • Para localizar com exatidão um ponto no território, indicam-se as medidas em graus (º), minutos (') e segundos ("). As coordenadas geográficas do Observatório de Greenwich, por exemplo, são 51º28'38" e 0º0'0". Perceba que sem a latitude é possível identificarmos o meridiano de Greenwich, mas não o observatório inglês que foi utilizado como referência para definição do meridiano zero.
MOVIMENTOS DA TERRA E ESTAÇÕES DO ANO
  • Não se sabe exatamente quando o ser humano descobriu que a Terra é esférica, mas sabe-se que Eratóstenes (276 a.C. - 194 a.C.), astrônomo e matemático grego, foi o primeiro a calcular, há mais de 2 mil anos, com precisão, a circunferência calculada por Eratóstenes (40.000 quilômetros) e a determinada hoje, com o auxílio de métodos muito mais precisos (40.075 quilômetros, no Equador), como se vê, é bem pequena.
  • A esfericidade do planeta é responsável pela existência das diferentes zonas climáticas (polares, temperadas e tropicais), pois os raios solares atingem a Terra com diferentes inclinações e intensidades. Próximo ao Equador, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a superfície, porém, quanto mais nos afastamos dessa linha, mais inclinada é essa incidência. Consequentemente, a mesma quantidade de energia se distribui por uma área cada vez maior, diminuindo, portanto, sua intensidade. Esse fato torna as temperaturas progressivamente mais baixas à medida que nos aproximamos dos pólos.
  • O eixo da Terra é inclinado em relação ao plano de sua órbita ao redor do sol (movimento de translação). Uma consequência desse fato é a ocorrência das estações do ano.
  • Em 21 ou 22 de dezembro (a data e a hora de início das estações variam de um ano para outro), o hemisfério sul recebe os raios solares perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio; dizemos, então, que está ocorrendo o solstício de verão.
  • O solstício (do latim solstitium, "Sol estacionário") define o momento do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio, dando início ao verão no hemisfério sul. Depois de incidir nessa posição, parecendo estacionar por um momento, o sol inicia seu movimento aparente em direção ao norte. Esse mesmo instante marca o solstício de inverno no hemisfério norte, onde os raios estão incidindo com inclinação máxima.
  • Seis meses mais tarde, em 20 ou 21 de junho, quando metade do movimento de translação já se completou, as posições se invertem:
    • O Trópico de Câncer passa a receber os raios solares perpendicularmente (solstício de verão), dando início ao verão no hemisfério norte e ao inverno no hemisfério sul.
  • Em 20 ou 21 de março e em 22 ou 23 de setembro, os raios solares incidem sobre a superfície terrestre perpendicularmente ao Equador. Dizemos então que estão ocorrendo equinócios (do latim aequinoctium, "igualdade dos dias e das noites"), ou seja, os hemisférios estão iluminados por igual. No mês de março iniciam-se o outono no hemisfério sul e a primavera no hemisfério norte; no mês de setembro, o inverso (primavera no sul e outono no norte).
  • O dia e a hora do início dos solstícios e dos equinócios mudam de um ano para outro; consequentemente, a duração de cada estação varia.
  • Em virtude da inclinação do eixo terrestre, os raios solares só incidem perpendicularmente em pontos localizados entre os trópicos (a chamada zona tropical), que, por isso, apresentam temperaturas mais elevadas. Nas zonas temperadas (entre os trópicos e os círculos polares) e nas zonas polares, o sol nunca fica a pino, porque os raios sempre incidem obliquamente.
  • Outra consequência da inclinação, associada ao movimento de rotação da Terra, é a duração desigual do dia e da noite ao longo do ano. Nos dois dias de equinócio, quando os raios solares incidem perpendicularmente ao Equador, o dia e a noite têm 12 horas de duração em todo o planeta, com exceção dos pólos, que têm 24 horas de crepúsculo.
  • Quando é dia de solstício de verão em um hemisfério, ocorrem o dia mais longo e a noite mais curta do ano nessa metade da Terra; no mesmo momento, no outro hemisfério, sob o solstício de inverno, acontecem a noite mais longa e o dia mais curto.
  • No Equador não há variação no fotoperíodo, mas à medida que nos afastamos dele, essa diferença aparece. Conforme aumenta a latitude, tanto para o norte como para o sul, os dias ficam mais longos no verão e mais curtos no inverno.
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES
  • Para localizar um determinado lugar é importante utilizar a representação e a escala mais adequadas. Por exemplo, para encontrar uma rota de viagem por terra, o ideal é utilizar um mapa rodoviário, e não o mapa-múndi ou o globo.
  • O globo terrestre é feito numa escala muito pequena, ou seja, os elementos representados nele são muito reduzidos.
  • Imagine quantas vezes o planeta Terra e os elementos sociais e naturais que compõem foram reduzidos para caber num globo como o que eles consultaram ou num planisfério do tamanho de uma folha. O uso da escala adequada é fundamental para a localização exata do local procurado.
  • O globo terrestre, embora mantenha as características do planeta em termos de formas e distâncias, tem utilização prática reduzida: é difícil transportá-lo em viagens ou fazer medidas em sua superfície. Por isso, os cartógrafos inventaram projeções que permitem representar o planeta esférico numa superfície plana.
  • O problema é que qualquer projeção provoca algum tipo de distorção. Por que isso ocorre?
    • Em um planeta esférico em movimento no espaço sideral não existe acima nem abaixo. No entanto, a maioria dos mapas impressos apresenta o norte na parte de "cima" da representação.
  • Por que quase sempre vemos o hemisfério norte em destaque nos mapas? Podemos, em vez disso, mostrar o hemisfério sul em destaque? Ou mesmo o leste ou o oeste?
REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
Evolução Tecnológica
  • A observação da paisagem é o primeiro procedimento para a compreensão do espaço geográfico, seguido do registro do que foi observado, daí a importância do mapa.
  • Em um mapa, os elementos que compõem o espaço geográfico são representados por pontos, linhas, texturas, cores e textos, ou seja, são usados símbolos próprios da Cartografia. Diante da complexidade do espaço geográfico, algumas informações são sempre priorizadas em detrimento de outras. Seria impossível representar todos os elementos físicos, econômicos, humanos e políticos, num único mapa. Seu objetivo fundamental é permitir o registro e a localização dos elementos cartografados e facilitar a orientação no espaço geográfico. Portanto, qualquer mapa será sempre uma simplificação da realidade para atender ao interesse do usuário.
  • Além das coordenadas geográficas ou alfanúmericas (localização) e da indicação dos pontos cardeais (orientação) um mapa precisa ter:
    • Título: Informa os fenômenos representados;
    • Legenda: Mostra o significado dos símbolos utilizados;
    • Escala: Indica a proporção entre a representação e a realidade, e permite calcular as distâncias no terreno com base em medidas feitas no mapa.
  •  O mapa é uma das mais antigas formas gráficas de comunicação, precedendo mesmo a própria escrita. Os primeiros mapas foram esculpidos em pedra ou argila. O mais antigo que se tem registro é o mapa de Ga-Sur. Ele foi encontrado em 1930 nas ruínas dessa cidade, situada a cerca de 300 km ao norte da antiga Babilônia. Ele é um esboço rústico esculpido num pedaço de argila cozida. Estima-se que esse mapa tenha sido feito por volta de 2500 a.C. na Mesopotâmia, pelos sumérios. 
  • Com o tempo, os mapas passaram a ser desenhados com tecido, couro, pergaminho ou papiro. Com a invenção da imprensa, começaram a ser gravados em originais de pedra ou metal e, em seguida, impressos em papel. Hoje, são processados em computador e podem ser analisados diretamente na tela digital.
  • O aprimoramento dos satélites e dos computadores permitiu grandes avanços nas técnicas de coleta, processamento, armazenamento e representação de informações da superfície terrestre, causando grande impacto nos processos de elaboração de mapas e nos conceitos de Cartografia.
Tipos de Produtos Cartográficos

  • Os mapas podem ser classificados em topográficos (ou de base) e temáticos. Num mapa topográfico, representa-se a superfície terrestre o mais próximo possível da realidade, dentro das limitações impostas pela escala pequena. Na carta topográfica, feita em escala média ou grande, há mais precisão entre a representação e a realidade.
  • Na carta topográfica, as variáveis da superfície da Terra são representadas com maior grau de detalhamento e a localização é mais precisa. Isso torna possível identificar a posição planimétrica, que é a representação de fenômenos geográficos no plano, na horizontal, e a altimétrica, que é a representação vertical, altitude do relevo, de alguns elementos visíveis do espaço. Mapas e cartas topográficas são resultantes de levantamentos sistemáticos feitos por órgãos governamentais ou empresas privadas. Os mapas topográficos servem de base para os mapas temáticos.
  • Um mapa temático contém informações selecionadas sobre determinado fenômeno ou tema do espaço geográfico:
    • Naturais, como geologia, relevo, vegetação, clima, etc., ou sociais, como população, agricultura, indústrias, urbanização, etc.
  • Nesse tipo de mapa, a precisão planimétrica ou altimétrica tem importância menor, as representações quantitativa e qualitativa dos temas selecionadas são mais relevantes.
Escala e Representação Cartográfica
  • Inicialmente é importante fazer uma distinção entre escala geográfica e escala cartográfica. A primeira define a escala da análise geográfica, o recorte espacial, ou seja, local, regional, nacional ou mundial.
  • A segunda define a escala de representação, ou seja, indica a relação entre o tamanho dos objetos representados na planta, carta ou mapa e o tamanho deles na realidade.
  • Ao estudarmos a escala cartográfica e suas relações matemáticas, vamos perceber sua permanente relação com a escala geográfica. Por exemplo, a análise de fenômenos locais necessita de plantas em escala grande, já análise de fenômenos mundiais exige mapas em escala pequena. Ou seja, quanto maior a escala de análise geográfica, menor a escala cartográfica, e vice-versa.
  • É impossível encontrar uma rua de qualquer cidade brasileira em um mapa-múndi ou no mapa político do Brasil. A escala utilizada nessa representação - 1:34000000 - é pequena; nela 1 cm equivale a 340 km e até mesmo uma metrópole se torna apenas um ponto.
  • Para representar uma rua, é preciso usar uma escala grande, na qual seja possível visualizar os quarteirões, como a de 1:10000. Perceba que, dependendo da escala utilizada, um mesmo fenômeno espacial, pode ser representado como ponto ou como área.

Representação Cartográfica

  • O uso de planta, carta ou mapa está diretamente associado à necessidade do usuário. Se uma pessoa tem a intenção de:
    • Procurar uma rua, a opção será por uma planta da cidade, na escala grande - cerca de 1:10000;
    • Localizar os bairros do entorno, deverá utilizar a carta da cidade, na escala média - cerca de 1:50000;
    • Identificar as cidades vizinhas, deverá consultar um mapa do estado, na escala pequena - 1:1000000.
  • Conforme a escala vai gradativamente ficando menor, ocorre um aumento da área representada e uma diminuição do grau de detalhamento dos elementos cartografados.
  • Nessas representações cartográficas não há legenda porque o objetivo é apenas destacar as diferentes escalas.
Globo 

  • Representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.
Mapa e suas Características

  • Representação plana;
  • Geralmente em escala pequena;
  • Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.), limites políticos-administrativos;
  • Destinado a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
  • A partir dessas características pode-se generalizar o conceito:

"Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados usos temáticos, culturais e ilustrativos".
Carta e suas Características 

  • Representação plana;
  • Escala média ou grande;
  • Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática;
  • Limites das folhas constituídos por linhas convencionais;
  • Destinada à avaliação precisa de direções e distâncias e à localização de pontos, áreas e detalhes.
  • Da mesma forma que da conceituação de mapa, pode-se generalizar:
"Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos superficiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais, paralelos e meridianos com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala".
Planta

  • A planta é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente o número de detalhes é bem maior.
"Carta que representa uma área de extensão suficientemente restrita para sua curvatura não precise ser levada em consideração, e que, em consequência, a escala possa ser considerada constante".
Usando a Escala 

  • Vamos desenvolver um exemplo de como a escala pode ser usada. Considere as seguintes convenções:
    • Escala = 1/N
      • N = Denominador da escala
      • D = Distância na superfície terrestre
      • d = Distância no documento cartográfico
  • Suponhamos o seguinte problema:
    • Um motorista, vindo pela BR-376, após entrar na BR-101, percorrerá na distância até cruzar o oleoduto da Petrobras? Na carta apresentada, essa distância mede cerca de 8 centímetros.
    • Temos:
      • Escala da carta = 1/50000 (N = 50000), pode-se ler também 1:50000 (um por cinquenta mil).
      • Logo, 1 cm na carta equivale a 50000 cm ou 500 m ou ainda 0,5 km na superfície terrestre.
      • Assim, temos o denominador da escala já convertido para km, a distância na carta e queremos saber a distância na superfície terrestre.
        • N = 0,5 km
        • d = 8 cm
        • D = ?
    • Aplicando uma regra de três simples:
      • 1 cm - 0,5 km
      • 8 cm - D
      • D = 8 x 0,5
      • D = 4 km
    • Portanto:
      • D = d x N
    • A resposta do problema: A distância a ser percorrida pelo motorista é de 4 km.
  • Agora vamos supor que temos a distância na superfície terrestre, o denominador da escala e queremos encontrar a distância na carta:
    • D = 4 km
    • N = 0,5 km
    • d = ?
    • 1 cm - 0,5 km
    • d - 4 km
    • d x 0,5 = 1 x 4
    • d = 4/0,5
    • d = 8 cm
    • Portanto:
      • d = D/N
    • Finalmente, supondo que temos a distância na superfície terrestre e na carta e queremos saber o denominador da escala:
      • D = 4 km
      • d = 8 cm
      • Escala = ?
      • 1 cm - N
      • 8 cm - 4 km
      • N x 8 = 1 x 4
      • N = 4/8
      • N = 0,5 km (que equivale a 50000 cm)
      • Escala = 1/N = 1/50000 ou 1:50000
    • Portanto:
      • N = D/d
  • Uma escala pode ser expressa de duas formas:
    • Numérica
      • 1:50000
    • Gráfica
  • Em alguns mapas, abaixo da escala (numérica ou gráfica) ainda há um lembrete, por exemplo: "1 cm no mapa correspondente a 0,5 km no terreno".
  • Para medir em uma carta ou mapa a extensão de linhas sinuosas, como rodovias, ferrovias, rios, etc., utiliza-se um curvímetro, como aparece na foto abaixo.
  • Não dispondo desse aparelho, um modo prático de fazer medidas, embora não muito preciso, é estender um barbante sobre o traço de, por exemplo, uma rodovia, medi-lo com uma régua e, considerando a escala, fazer o cálculo da distância; ou então, se houver escala gráfica, esticá-lo diretamente sobre ela.
Projeções Cartográficas 

  • Uma projeção cartográfica é o resultado de um conjunto de operações que permite representar no plano, tendo como referência paralelos e meridianos, os fenômenos que estão dispostos na superfície esférica. Quando vista do espaço sideral, a Terra parece ser uma esfera perfeita, mas nosso planeta apresenta uma superfície irregular e é levemente achatada nos pólos. Por isso, os cartógrafos geógrafos e outros e outros profissionais que produzem mapas fazem seus cálculos utilizando uma elipse, que ao girar em torno de seu eixo menor forma um volume, o elipsoide de revolução.
  • O elipsoide de revolução é uma superfície teórica regular, criada para fins cartográficos, que evidencia o achatamento nos polos terrestres.
  • Segundo o IBGE:
 "O elipsoide é a superfície de referência utilizada nos cálculos que fornecem subsídios para a elaboração de uma representação cartográfica".

  • Ao fazerem a transferência de informações do elipsoide para o plano, os cartógrafos se deparam com um problema insolúvel: qualquer que seja a projeção adotada, sempre haverá algum tipo de distorção nas áreas, nas formas ou nas distâncias da superfície terrestre representadas.
  • Não há distorção perceptível somente em representações de escala suficientemente grande, como é o caso das plantas, nas quais não é necessário considerar a curvatura da Terra.
  • As projeções podem ser classificadas em conformes, equivalentes, equidistantes ou afiláticas, dependendo das propriedades geométricas presentes na relação globo terrestre/mapa-múndi. Além disso, podem ser agrupadas em três categorias principais, dependendo da figura geométrica empregada em sua construção: cilíndricas (as mais comuns), cônicas, azimutais ou planas. Observe-as a seguir.
Projeção Cilíndrica

  • Observe que na projeção cilíndrica o globo terrestre parece estar envolvido por um cilindro de papel no qual são projetados os paralelos e os meridianos.
Projeção cônica

  • Na projeção cônica, o globo parece estar envolvido por um cone de papel no qual são projetados os paralelos e os meridianos.
Projeção azimutal ou plana


  • Na projeção azimutal ou plana, a Terra parece ser tangenciada em qualquer ponto por um pedaço de papel no qual são projetados os paralelos e os meridianos. Quando o globo é tangenciado num dos polos, dizemos que se trata de uma projeção polar.
Conformes
  • Projeção conforme é aquela na qual os ângulos são idênticos aos do globo, seja em um mapa-múndi, seja em um mapa regional. Nesse tipo de projeção, as formas terrestres são representadas sem distorção, porém, com alteração do tamanho de suas áreas. Apenas nas proximidades do centro de projeção, neste caso o Equador, é que se verifica a distorção mínima. Quanto maior o distanciamento a partir dessa linha imaginária, maior é a distorção. Por essa razão, quando se utiliza esse tipo de projeção, geralmente só são reproduzidos os territórios situados até 80º de latitude.
  • A mais conhecida projeção conforme é a de Mercator, cartógrafo e matemático belga cujo nome verdadeiro era Gerhard Kremer (1512 - 1594). Em 1569, época em que os europeus comandavam a Expansão Marítima, Mercator abriu novas perspectivas para a cartografia, ao construir uma projeção cilíndrica conforme que imortalizou seu codinome.

Projeção de Mercator Original

  • Essa representação foi elaborada para facilitar a navegação, pois permitia representar com precisão, no mapa, a rede de coordenadas geográficas e os ângulos obtidos pela bússola (pontos cardeais).
  • O mapa-múndi de Mercator, no qual a Europa aparece numa posição central, superior e, por se situar em altas latitudes, proporcionalmente maior do que é na realidade, acabou se transformando no principal representante da visão eurocêntrica do mundo. Durante séculos, foi uma das projeções mais usadas na elaboração de planisférios e, apesar do surgimento posterior de muitas outras, ainda hoje é bastante usada.
  • Esses primeiros mapas-múndi, especialmente o de Mercator, colocavam a Europa em destaque, no "centro" da representação, e o hemisfério norte, onde está localizada, na parte de "cima". Os europeus estavam explorando o mundo e fundando colônias; portanto, era natural que ao representar o planeta se visem dessa forma. É isso que chamamos de visão eurocêntrica.

Projeção de Mercator Atual



  • Quando representada na projeção de Mercator, a Groenlândia parece ser maior que o Brasil e até mesmo que a América do Sul. O mapa originalmente feito por Mercator, não mostrava os continentes de forma precisa como este planisférico, produzido de acordo com a projeção por ele criada, mas com as técnicas cartográficas disponíveis atualmente.
Equivalentes
  • Num mapa-múndi ou regional com projeção equivalente, as áreas mantêm-se proporcionalmente idênticas às do globo terrestre, embora as formas estejam deformadas em comparação com a realidade. Um exemplo desse tipo de projeção é o mapa-múndi de Peters, elaborado pelo historiador e cartógrafo alemão Arno Peters (1916 - 2002) e publicado pela primeira vez em 1973. Observe-a abaixo.

Projeção de Peters

  • Embora essa projeção não tenha rompido completamente com a visão eurocêntrica, acabou dando destaque aos países de baixa latitude. Ela atendia aos anseios dos Estados que se tornaram independentes após a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), nessa época considerados subdesenvolvidos, situados em grande parte ao sul das regiões mais desenvolvidas. Em alguns países, essa projeção chegou a ser impressa de forma invertida em relação à convenção cartográfica dominante, mostrando o sul em destaque. O mapa-múndi de Hobo-Dyer, outra projeção equivalente, também representa o mundo de forma "invertida". Portanto, não há uma forma certa ou errada de representar o mundo. Cada uma das representações cartográficas expressa um ponto de vista de um Estado nacional, de um povo ou mesmo de uma religião.
  • Na projeção de Peters parece que os continentes e países foram alongados nos sentidos norte-sul. Há uma distorção em suas formas, mas todos mantêm seu tamanho proporcional. Por exemplo, a Groenlândia, embora irreconhecível, aparece bem menor que o Brasil e a América do Sul, com é na realidade.

Projeção de Hobo-Dyer 




  • Esse mapa-múndi é uma projeção cilíndrica equivalente, semelhante à de Peters, e foi criado em 2002 para mostrar uma visão alternativa do mundo. Foi encomendado por Bob Abramms e Howard Bronstein, respectivamente, fundador e presidente da empresa ODT Maps (sediada em Amherst, no Estado de Massachusetts, nos EUA), ao cartógrafo inglês Mick Dyer. O nome da projeção resulta da junção de duas sílabas iniciais dos nomes de Howard e Bob com o sobrenome Mick. Está centrada na África e mostra o sul em destaque.
Equidistantes

  • Nos mapas-múndi e com projeção azimutal ou plana equidistante, a representação das distâncias entre dois lugares é precisa. Elaborada pelo astrônomo e filósofo francês Guillaume Postel (1510 - 1581) e publicada no ano de sua morte, adota como centro da projeção um ponto qualquer do planeta para que seja possível medir a distância entre esse ponto e qualquer outro. Por isso, esse tipo de projeção é utilizado especialmente para definir rotas aéreas ou marítimas.
  • A projeção equidistante mais comum é centrada em um dos polos, geralmente o polo norte.


Projeção Azimutal Centrada no Polo Norte

  • No centro da projeção pode-se situar a capital de um país, uma base aérea, a sede de uma empresa transnacional, etc. Entretanto, ela apresenta enorme distorções nas áreas e nas formas dos continentes, que aumentam com o afastamento do ponto central.

  • Na projeção azimutal equidistante, as distâncias só são precisas se traçadas radialmente do centro, no caso dessa, o polo norte, até um ponto qualquer do mapa.
Afiláticas
  • Atualmente é comum a utilização de projeções com menores índices de distorção para o mapeamento da superfície terrestre, como a de Robinson.

Projeção de Robinson


  • Essa projeção foi desenvolvida em 1961 pelo geógrafo e cartógrafo americano Arthur H. Robinson (1915 - 2004). Segundo o IBGE:
"É uma projeção afilática (não é conforme nem equivalente ou equidistante) e pseudocilíndrica (não possui nenhuma superfície de projeção, porém apresenta características semelhantes às da projeção cilíndrica)". 
Este tema também está disponível também no vídeo em que falo resumidamente sobre as coordenadas geográficas.

Aula 1.3 - Coordenadas Geográficas









  






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