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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Globalização e Geopolítica: Impactos no Brasil e no Mundo

    A globalização, um fenômeno que abrange dimensões econômicas, políticas, sociais e culturais, tem redesenhado as relações entre os países e as regiões ao longo das últimas décadas. Caracterizada pela crescente interconexão entre os mercados, pelo fluxo de informações e pelo avanço tecnológico, ela provocou profundas mudanças na geografia e na geopolítica mundial. No Brasil, essas transformações trouxeram tanto oportunidades quanto desafios, refletidos em aspectos econômicos, sociais e ambientais.

    No contexto da globalização, a Geopolítica, que estuda a influência de fatores geográficos na política global, tem se tornado um campo central para compreender as dinâmicas de poder entre nações. A globalização não ocorre de maneira uniforme; ela intensifica desigualdades e complexifica as relações entre o centro e a periferia do sistema internacional. Como observou Milton Santos, o processo de globalização é contraditório, promovendo o desenvolvimento em alguns locais ao mesmo tempo que agrava a exclusão social em outros .

Impactos da Globalização na Geografia do Brasil

    No Brasil, os impactos da globalização são visíveis na economia e na reestruturação do espaço geográfico. O país se beneficiou de fluxos internacionais de capital, tecnologia e informação, especialmente a partir da década de 1990. A inserção no mercado global trouxe um aumento nas exportações de commodities, como soja e minério de ferro, consolidando o papel do Brasil como fornecedor de matérias-primas para o mercado internacional. Entretanto, essa dependência de produtos primários gera vulnerabilidades, sujeitando o país às flutuações dos preços internacionais, como explica David Harvey .

    A reorganização do espaço urbano no Brasil também foi impulsionada pela globalização. O crescimento das cidades e das metrópoles brasileiras foi acelerado, resultando em novos arranjos territoriais que destacam a desigualdade social. Enquanto grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro experimentaram um dinamismo econômico, outras áreas urbanas enfrentam graves problemas sociais e ambientais, como a favelização e a precarização dos serviços públicos.

Relações Internacionais e Geopolítica Brasileira

    Na arena internacional, o Brasil, especialmente nas primeiras décadas do século XXI, buscou consolidar sua influência geopolítica, participando ativamente em fóruns multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Mercosul, e os BRICS. A política externa do Brasil se orientou por uma estratégia de multilateralismo, promovendo o diálogo Sul-Sul e buscando maior autonomia em relação aos países do Norte global. Segundo Castells, essas iniciativas refletem o esforço do Brasil para redefinir seu papel no cenário internacional, em meio às assimetrias de poder da globalização .

    Contudo, os desafios geopolíticos são muitos. O Brasil, com sua vasta extensão territorial e riquezas naturais, enfrenta questões relacionadas à soberania, principalmente na região amazônica, onde a disputa por recursos naturais se intensificou. As pressões internacionais por políticas de conservação ambiental contrastam com os interesses econômicos de exploração. Zygmunt Bauman ressalta que a globalização gera novas formas de controle e regulação sobre os territórios, colocando países como o Brasil em uma posição geopolítica delicada .

Questões Ambientais e seus Reflexos no Brasil e no Mundo

    A questão ambiental é um dos maiores desafios da globalização no século XXI. A intensificação da atividade econômica global tem agravado problemas ambientais, como o aquecimento global, a perda da biodiversidade e a poluição dos ecossistemas. O Brasil, como país megadiverso e detentor da maior floresta tropical do mundo, tem um papel crucial nos debates internacionais sobre meio ambiente. A Amazônia, em particular, está no centro das discussões sobre mudanças climáticas. Enrique Leff destaca a importância de uma visão crítica e sustentável no uso dos recursos naturais, apontando para o papel das políticas de conservação e desenvolvimento sustentável .

    A globalização acentuou a necessidade de uma governança ambiental global. O Brasil tem participado ativamente nas Conferências das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, onde a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais são temas centrais. No entanto, o país enfrenta desafios internos relacionados ao desmatamento ilegal e à expansão do agronegócio, que colocam em xeque os compromissos assumidos internacionalmente.

Conclusão

    A globalização e a geopolítica são fenômenos interligados que moldam a forma como o Brasil interage com o resto do mundo. Os impactos econômicos, sociais e ambientais da globalização exigem uma análise crítica e a busca por soluções que promovam o desenvolvimento sustentável. Enquanto a globalização traz oportunidades de crescimento, ela também acentua desigualdades e desafios, especialmente para países em desenvolvimento como o Brasil. Assim, torna-se fundamental uma atuação geopolítica estratégica, que valorize tanto a inserção internacional quanto a preservação dos recursos naturais e a justiça social.


Referências Bibliográficas

  1. CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
  2. HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
  3. LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Petrópolis: Vozes, 2001.
  4. BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As Consequências Humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
  5. SANTOS, Milton. Por uma Outra Globalização: Do Pensamento Único à Consciência Universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.



sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Geografia Humana e os Desafios da Sociedade Contemporânea

    A Geografia Humana desempenha um papel crucial na compreensão das transformações sociais e espaciais que moldam o mundo contemporâneo. Ela trata das interações entre as populações humanas e o ambiente geográfico, analisando como esses processos afetam a vida em sociedade e como a sociedade, por sua vez, impacta o espaço. Dentro dessa disciplina, temas como demografia, migrações, urbanização, globalização e territorialidade surgem como fundamentais para explicar os desafios e oportunidades enfrentados pelos seres humanos no século XXI.

    A demografia, estudo das populações, fornece uma base para a compreensão de questões relacionadas ao crescimento populacional, às taxas de natalidade e mortalidade, e às mudanças nos padrões de vida ao redor do mundo. Países com alta taxa de crescimento populacional, como algumas nações da África e da Ásia, enfrentam pressões sobre seus recursos e infraestrutura. Ao mesmo tempo, regiões com populações envelhecidas, como a Europa e o Japão, lidam com desafios relacionados à força de trabalho e à sustentabilidade dos sistemas de previdência social. As migrações, tanto internas quanto internacionais, são um fenômeno central na demografia, movendo pessoas entre regiões em busca de melhores oportunidades ou fugindo de crises políticas, econômicas e ambientais. A migração pode dinamizar economias e enriquecer culturas, mas também pode gerar tensões sociais e políticas, especialmente em contextos de imigração em larga escala.

    Outro fenômeno de grande relevância é a urbanização, que tem transformado o planeta em um espaço predominantemente urbano. A população mundial tem se concentrado cada vez mais em cidades, com mais da metade vivendo em áreas urbanas. Este crescimento acelerado das cidades, especialmente em países em desenvolvimento, tem sido impulsionado pela busca por melhores condições de vida, oportunidades de emprego e acesso a serviços. No entanto, a urbanização também traz consigo sérios problemas urbanos, como o surgimento de favelas, a falta de saneamento básico, o aumento da poluição e o congestionamento do trânsito. Megacidades como São Paulo, Mumbai e Lagos exemplificam os extremos da urbanização desordenada, onde a infraestrutura não acompanha o crescimento populacional, gerando profundas desigualdades sociais e econômicas.

    Nesse contexto, a globalização surge como um fenômeno que aprofunda as conexões entre as sociedades, integrando economias, culturas e informações em escala global. A globalização tem ampliado o acesso a bens e serviços, promovendo o desenvolvimento tecnológico e facilitando a circulação de ideias e culturas. Entretanto, ao mesmo tempo que promove a integração, ela também intensifica desigualdades entre países e dentro de cada sociedade. A padronização cultural, incentivada pelo consumo de produtos e conteúdos globais, ameaça a diversidade cultural, substituindo tradições locais por uma cultura global homogeneizada. No entanto, é importante ressaltar que a globalização não ocorre de maneira uniforme, e as regiões respondem de maneiras diferentes a esse processo, gerando tanto resistência quanto adaptação.

    Por fim, a análise das regiões e dos espaços geográficos é central para a compreensão das territorialidades e identidades locais. O conceito de identidade regional está relacionado ao senso de pertencimento das pessoas a um determinado espaço, seja ele uma cidade, uma região ou um país. Esse sentimento de pertencimento molda comportamentos, culturas e políticas, e pode ser uma fonte de coesão social. Contudo, a territorialidade também pode ser uma fonte de conflito, especialmente em áreas onde há disputas por recursos naturais ou por questões políticas e culturais. Conflitos territoriais, como a disputa pela Crimeia ou os embates entre israelenses e palestinos, são exemplos de como o controle do espaço geográfico pode gerar tensões que ultrapassam fronteiras regionais e reverberam globalmente.

    Diante de todos esses aspectos, a Geografia Humana oferece uma lente crítica para analisar como as dinâmicas sociais e espaciais moldam o mundo atual. A demografia e as migrações nos mostram como a mobilidade humana altera o espaço e as relações sociais; a urbanização revela as contradições entre o crescimento urbano e os desafios de infraestrutura; a globalização expõe as tensões entre a integração global e a preservação das identidades locais; e, finalmente, a análise das regiões e das territorialidades ajuda a entender as disputas de poder e o controle do espaço.

    Em suma, os processos analisados pela Geografia Humana são fundamentais para entender os desafios da sociedade contemporânea. A migração, a urbanização e a globalização são fenômenos interligados que afetam profundamente as sociedades modernas. Compreender essas interações permite não apenas reconhecer os problemas enfrentados, mas também buscar soluções que promovam o desenvolvimento sustentável, a justiça social e o respeito às identidades culturais e territoriais. Através dessa compreensão, é possível planejar ações mais eficazes para construir um mundo mais justo e equilibrado, onde o desenvolvimento econômico e social esteja em harmonia com o respeito ao meio ambiente e às diversidades culturais.



quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Geografia Física: Compreensão da Terra e seus Fenômenos Naturais

    A Geografia Física desempenha um papel crucial na compreensão do planeta, pois abrange o estudo das características naturais da Terra, seus processos geológicos e a interação entre seus elementos. Ao examinar a estrutura interna da Terra, os processos geológicos que a moldam, os diversos climas e biomas que definem a superfície, bem como os recursos naturais que ela abriga, podemos desenvolver uma compreensão mais profunda dos mecanismos que sustentam a vida e influenciam o desenvolvimento humano. Neste texto, exploraremos esses aspectos fundamentais da Geografia Física, destacando sua relevância para a conservação ambiental e a sustentabilidade.

Estrutura da Terra: Camadas e Composição

    A Terra é composta por camadas que se diferenciam em termos de composição e propriedades físicas. A crosta terrestre, a camada mais externa, é onde vivemos e é subdividida em crosta continental e oceânica. Abaixo da crosta, está o manto, composto principalmente por rochas semi-sólidas. Este manto é responsável por movimentações que causam fenômenos geológicos, como a tectônica de placas. No núcleo, encontramos duas divisões: o núcleo externo, líquido, composto por ferro e níquel, e o núcleo interno, sólido, também composto por ferro, mas com temperaturas extremas. A interação dessas camadas resulta em processos geológicos essenciais para a configuração da superfície terrestre.

Processos Geológicos: Erosão, Sedimentação e Tectônica de Placas

    Os processos geológicos desempenham um papel central na modelagem do relevo terrestre. A erosão, causada pela ação de elementos como água, vento e gelo, é responsável por desgastar superfícies rochosas e transportar sedimentos para outras áreas. A sedimentação, por sua vez, é o processo que ocorre quando esses sedimentos se depositam, criando camadas que, com o tempo, formam rochas sedimentares. Essas formações são ricas em fósseis, revelando a história da vida e das mudanças climáticas no planeta.

    A tectônica de placas é outro processo fundamental, que explica o movimento das placas que formam a crosta terrestre. Essas placas se movem lentamente sobre o manto, colidindo, se afastando ou deslizando lateralmente. Esses movimentos resultam em fenômenos como terremotos, vulcões e a formação de cadeias montanhosas. A deriva continental, que há milhões de anos distribuiu os continentes da forma como os conhecemos hoje, também é resultado da tectônica de placas. Entender esses processos é vital para prevenir e mitigar desastres naturais.

Climas do Mundo: Características e Distribuição

    Os climas são classificados com base em padrões de temperatura e precipitação, e sua distribuição pelo mundo está intimamente ligada a fatores como latitude, altitude, correntes oceânicas e massas de ar. A Terra possui diversos tipos de clima, incluindo tropical, temperado, polar, árido e semiárido. O clima tropical, por exemplo, é marcado por temperaturas elevadas e alta umidade, características encontradas em regiões próximas ao Equador. Já os climas polares, nas extremidades do globo, são conhecidos por suas baixas temperaturas e longos períodos de inverno.

    Esses climas influenciam diretamente os ecossistemas e a vida humana. As atividades econômicas, como a agricultura e o turismo, são fortemente influenciadas pelas condições climáticas locais. A compreensão da dinâmica climática é crucial não apenas para a previsão do tempo e o planejamento econômico, mas também para a adaptação às mudanças climáticas que afetam o planeta em escala global.

Biomas do Mundo: Características e Relação com o Clima

    Os biomas são grandes áreas naturais que compartilham características semelhantes de flora e fauna. Eles são definidos, em grande parte, pelas condições climáticas predominantes. O bioma da floresta tropical, por exemplo, é caracterizado por uma densa vegetação e uma incrível biodiversidade, sendo encontrado em áreas com clima tropical úmido. Por outro lado, biomas como o deserto apresentam vegetação esparsa e são adaptados a condições de extrema aridez e calor, como ocorre no Saara.

    Cada bioma desempenha um papel importante na manutenção da biodiversidade global e na regulação do clima. No entanto, muitos biomas estão ameaçados pelas atividades humanas, como desmatamento, expansão agrícola e urbanização. Preservar esses biomas é essencial para garantir o equilíbrio ecológico e a continuidade dos serviços ecossistêmicos, como a purificação do ar, a regulação do ciclo da água e a conservação do solo.

Recursos Naturais: Tipos, Distribuição e Conservação

    Os recursos naturais são os elementos da natureza utilizados para o sustento das atividades humanas. Eles podem ser renováveis, como a água e a energia solar, ou não renováveis, como o petróleo e os minerais. A distribuição desses recursos é desigual no planeta, o que gera disparidades econômicas e conflitos entre nações. O acesso aos recursos naturais, especialmente os não renováveis, tem sido uma das principais causas de disputas geopolíticas.

    A gestão sustentável dos recursos naturais é um dos maiores desafios da atualidade. A exploração descontrolada de minerais, o consumo excessivo de combustíveis fósseis e o uso inadequado da água são questões que ameaçam a sustentabilidade global. O desenvolvimento de políticas de conservação e o incentivo ao uso de fontes de energia renováveis são essenciais para garantir que os recursos naturais estejam disponíveis para as futuras gerações.

A Importância da Geografia Física na Conservação Ambiental

    A compreensão da Geografia Física é vital para enfrentar os desafios ambientais do século XXI. O conhecimento sobre os processos que moldam a Terra, os diferentes climas e biomas, e a dinâmica dos recursos naturais nos permite tomar decisões mais informadas sobre o uso sustentável do planeta. Além disso, a Geografia Física fornece as bases para o desenvolvimento de tecnologias que auxiliam na preservação ambiental, como sistemas de monitoramento de desastres naturais e técnicas de restauração de ecossistemas degradados.

    Portanto, o estudo da Geografia Física é fundamental não apenas para a compreensão dos fenômenos naturais, mas também para a formulação de políticas que visam à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável. Ao valorizar os recursos naturais e buscar formas de utilizá-los de maneira consciente, podemos garantir um futuro equilibrado entre o progresso humano e a saúde do planeta.

Conclusão

    A Geografia Física nos oferece as ferramentas para entender como o planeta funciona e como as atividades humanas interagem com o meio ambiente. Ao explorar a estrutura interna da Terra, os processos geológicos que a transformam, a distribuição dos climas e biomas, e a utilização dos recursos naturais, obtemos um panorama abrangente dos desafios que enfrentamos para preservar o equilíbrio natural da Terra. A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao estudo aprofundado da Geografia Física, é essencial para garantir a sobrevivência e o bem-estar das gerações futuras.



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Geografia Geral e Cartografia

    A Geografia, como ciência, desempenha um papel fundamental na compreensão das relações entre o ser humano e o espaço em que vive. A partir de uma abordagem multidisciplinar, essa ciência se propõe a estudar tanto os fenômenos naturais quanto as dinâmicas sociais que ocorrem na superfície terrestre. Nesse sentido, ao longo da história, a Geografia evoluiu para se adaptar às novas demandas e tecnologias, tornando-se uma ferramenta essencial para o entendimento do mundo globalizado em que vivemos. Dentro dessa perspectiva, destacam-se alguns conceitos-chave, como a representação da superfície terrestre, o uso de tecnologias como GPS, SIG e imagens de satélite, e a interpretação de mapas temáticos.

    A definição da Geografia pode variar de acordo com a ênfase dada a seus aspectos físicos ou humanos. Em termos amplos, ela pode ser descrita como a ciência que estuda as interações entre os elementos naturais e as atividades humanas no espaço geográfico. É, portanto, uma ciência integradora, que busca compreender como o meio ambiente influencia as sociedades e, por outro lado, como as sociedades transformam o espaço em que vivem. Conceitos como lugar, território e paisagem tornam-se essenciais para essa compreensão, pois são através deles que a Geografia se propõe a decifrar as dinâmicas espaciais.

    A cartografia é uma das principais ferramentas da Geografia. Desde os primórdios da humanidade, os mapas desempenham um papel essencial na representação da superfície terrestre. No entanto, com o avanço das técnicas e a evolução do pensamento geográfico, o processo de criação de mapas tornou-se mais complexo e especializado. Projeções cartográficas, por exemplo, são métodos usados para transformar a esfera terrestre, tridimensional, em uma superfície plana, o que sempre resulta em algum grau de distorção. A escolha de uma projeção específica depende do propósito do mapa; a projeção de Mercator, por exemplo, é amplamente utilizada em navegação, pois mantém as direções corretas, embora distorça as áreas polares.

    A escala também é um elemento crucial na representação cartográfica. A escala de um mapa indica a relação entre uma distância medida no mapa e a distância correspondente no mundo real. Mapas em pequena escala, por exemplo, são usados para representar grandes áreas com menos detalhes, enquanto mapas em grande escala focam em áreas menores com maior precisão. Assim, a escolha da escala pode influenciar diretamente a interpretação dos fenômenos representados, mostrando diferentes aspectos de uma mesma realidade geográfica.

    Nos últimos anos, o uso de tecnologias como GPS (Sistema de Posicionamento Global), SIG (Sistema de Informações Geográficas) e imagens de satélite transformou a prática da Geografia. O GPS, por exemplo, permite a localização exata de qualquer ponto na superfície terrestre com base em sinais de satélites, facilitando atividades que vão desde a navegação até o monitoramento ambiental. Já o SIG é uma ferramenta poderosa para a organização, análise e representação de dados geográficos, permitindo a criação de mapas complexos e detalhados. Combinando informações espaciais e não-espaciais, o SIG permite realizar análises sofisticadas, como a previsão de inundações, o planejamento urbano ou a análise de padrões de desmatamento.

    As imagens de satélite também são fundamentais para a análise geográfica moderna. Elas permitem que geógrafos e outros profissionais tenham uma visão detalhada e precisa da Terra em tempo real ou ao longo do tempo, tornando possível o monitoramento de áreas remotas, a análise de mudanças climáticas e o controle de fronteiras. Tecnologias como essa são essenciais para enfrentar os desafios do século XXI, como a degradação ambiental, o crescimento desordenado das cidades e os desastres naturais.

    A leitura e a interpretação de mapas temáticos são outras habilidades essenciais no estudo da Geografia. Mapas temáticos são representações gráficas que focam em dados específicos, como clima, população ou economia. Eles são fundamentais para a análise de fenômenos regionais ou globais e permitem uma compreensão mais clara e visual de padrões e tendências. Um mapa climático, por exemplo, pode mostrar a distribuição de chuvas em uma região, enquanto um mapa populacional pode destacar áreas com alta ou baixa densidade demográfica. Ao analisar mapas temáticos, é importante compreender os símbolos, as cores e as escalas utilizadas, pois cada elemento gráfico carrega informações específicas que precisam ser interpretadas corretamente.

    Em conclusão, a Geografia Geral e a Cartografia são campos que, juntos, possibilitam uma compreensão aprofundada do espaço geográfico e suas dinâmicas. O uso de mapas, projeções, escalas e tecnologias avançadas como GPS, SIG e imagens de satélite reforçam a importância dessa ciência na atualidade. Seja na análise de fenômenos naturais ou sociais, a Geografia se mantém como uma ferramenta poderosa para interpretar o mundo, compreender suas transformações e planejar ações para um futuro mais sustentável. A capacidade de ler e interpretar mapas temáticos é, portanto, uma competência essencial para qualquer cidadão que busca entender melhor o espaço em que vive e as complexas relações que o compõem.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Desafios para a inclusão digital na sociedade brasileira contemporânea

    A inclusão digital na atual sociedade brasileira é um problema que tem se agravado nos últimos anos devido a falta de acesso e conhecimento por grande parte da população que não tem meios de acessar os conteúdos digitais passando também pelos problemas sociais que impedem e limitam a inclusão digital da população.

    A inclusão digital brasileira passa e enfrenta vários desafios e dificuldades entre os quais:
  1. O acesso desigual a internet;
  2. Falta de infraestrutura para o acesso de computadores e redes de informação;
  3. Falta de habilidades digitais;
  4. Limitado acesso aos diversos tipos de hardware;
  5. Escassez de políticas públicas;
  6. Desafios do sistema educacional;
  7. Resistência à adaptação principalmente por parte da população mais idosa que muitas vezes não se interessa em aprender a utilizar os meios digitais de informação e;
  8. Problemas financeiros que ocorrem nas regiões periféricas das grandes cidades brasileiras.
    As principais soluções propostas que respeitam os direitos humanso devem ser incluídas em ações como:
  1. O acesso universal e igualitário para todas as pessoas;
  2. A privacidade e a proteção dos dados;
  3. A neutralidade da rede evitando posições e vieses no campo político;
  4. A inclusão digital e;
  5. A educação e cidadania digitais.
    Uma das grandes propostas para a inclusão digital passa pela inovação do DNS (Domain Name System - Sistema de Domínio de Nomes) que é uma técnica que permite e incorpora o respeito aos direitos humanos no ciberespaço evitando o preconceito e a discriminação, sejam elas, de cunho racista, misógino e xenofóbico.

    Por fim, é importante salientar que a inclusão digital é de extrema importância porque permite criar novas oportunidades de trabalho, aumentar a produtividade e a competitividade entre as empresas fazendo com que as pessoas e as empresas possam divulgar e expor o seu trabalho demonstrando a sua competência e capacidade profissional e com isso, possam contribuir para a redução e a erradicação da pobreza.



quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A influência das redes sociais na saúde mental das pessoas

    O uso e o acesso a internet e as redes sociais são fundamentais e usados constantemente por bilhões de pessoas em todo o planeta. O número de usuários tem crescido a cada ano e com isso, tem gerado uma dependência severa em redes sociais e tecnologia digital fazendo com que o problema seja de saúde pública devido aos transtornos mentais devido ao uso exacerbado em redes sociais.

    O uso habitual das redes sociais tem causado diversos impactos , sejam eles, positivos ou negativos na vida das pessoas. Entre os impactos positivos estão em conhecer pessoas por meio dos aplicativos de redes sociais como o Facebook, Instagram, WhatsApp, Linkedin, dentre outros; o acesso e a facilidade de encontrar informações; o estabelecimento em possuir conexões pessoais e profissionais por meio das redes sociais; poder expor e divulgar serviços, produtos, portifólios e currículos e o acesso a materiais e experiências de entretenimento de forma gratuita. 

    Por outro lado, os impactos negativos estão no impacto na autoestima e na autoimagem; o vício em redes sociais, desinformação com propagação de "fake news"; a exigência de cuidados na divulgação de detalhes da vida pessoal e o cyberbulling causados em crianças e adolescentes devido à imagem ou invasão à privacidade alheia.

    A influência do uso e acesso das redes sociais por crianças e adolescentes podem causar diversos problemas como o isolamento social, o sedentarismo e falta de interesse em atividades físicas e esportivas, a diminuição do rendimento escolar, a dificuldade em estabelecer relações sociais com outras pessoas de forma presencial e problemas com possíveis doenças relacionadas à saúde mental como a depressão, a ansiedade, a dependência digital e problemas relacionados ao sono.

    Por fim, é importante frisar que o uso das redes sociais e da internet são importantes e podem trazer muito conhecimento mas que é necessário ter o controle em relação aos conteúdos em que os jovens estão usando para que o acesso aos conteúdos de redes sociais sejam um ambiente saudável e harmonioso.