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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

DITADOR ROBERT MUGABE RENUNCIA NO ZIMBÁBUE


No início na tarde do dia 14 de Novembro de 2017, em Harare, capital do Zimbabwe. Efectivos do Exército Nacional do Zimbabwe tomaram posições em torno de Harare, tomando o controlo da emissora de televisão estatal, a Zimbabwe Broadcasting Corporation (ZBC), e de outras áreas da cidade. No dia seguinte, os militares emitiram um comunicado afirmando que não se tratava de um golpe de Estado, e que o Presidente Robert Mugabe estava em segurança, embora a situação apenas voltaria ao normal após terem tratado dos "criminosos" em torno de Mugabe, responsáveis pelos problemas sócio-económicos do Zimbabwe.
O golpe foi levado a cabo no contexto de tensões crescentes no partido no poder, o ZANU–PF, entre o anterior Vice-Presidente Emmerson Mnangagwa, apoiado pelos militares, e a Primeira Dama Grace Mugabe, apoiada pela jovem facção G40, acerca de quem poderá suceder ao idoso Presidente Mugabe, agora com 93 anos. Uma semana após Mnangagwa ter sido demitido e forçado a fugir do país, e no dia anterior à entrada das tropas em Harare, o Comandante das Forças Armadas, Constantino Chiwenga emitiu um comunicado afirmando que as purgas de elementos séniores do ZANU-PF como Mnangagwa terão que acabar.
Ao fim da tarde de 14 de Novembro, testemunhas descreveram vários caminhões militares cheios de soldados, e pelo menos seis tanques em estradas a caminho de Harare, e deslocando-se em comboio pela cidade. Foram avistados dois tanques estacionados na principal estrada que liga Harare e a cidade de Chinhoyi, numa zona localizada a cerca de vinte quilómetros da capital. Segundo outras testemunhas, quatro tanques fizeram inversão de marcha ao chegar a Harare, seguindo em direcção ao complexo da guarda presidencial situado num subúrbio de Harare. Uma segunda coluna de veículos militares foi depois observada seguindo pela mesma estrada. No entanto, não foram observados sinais de tropas no aeroporto, nem na residência do Presidente Robert Mugabe. Não é ainda claro quem terá ordenado as movimentações militares.
Na noite desse dia, dois funcionários da televisão pública do Zimbabwe, a ZBC, relataram à Reuters que a sede havia sido ocupada por militares, indicando que alguns funcionários haviam sido manietados. A informação fornecida pelos soldados foi que não havia motivo para preocupação, e que estavam ali apenas para proteger o local. Apesar destas informações, a estação continuou a sua programação habitual, e a única presença militar no exterior continuou sendo o habitual destacamento de guardas. De acordo com os militares, estas acções foram motivadas pelas ordens dadas à ZBC para que não transmitisse a declaração dos militares emitida na segunda-feira.
Na mesma noite, foram ouvidas pelo menos três explosões na capital do país, Harare, e foram vistos veículos militares nas ruas. Embora relatos sugerissem que a capital se encontrava num estado de caos, na noite de 15 novembro as ruas de Harare encontravam-se desertas, sob a chuva.
Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, afirmou que Robert Mugabe foi colocado sob prisão domiciliária pelo exército do Zimbabwe. Mugabe disse a Zuma, por chamada telefónica, que estava bem, mas impedido de abandonar a sua residência.
No dia 21 de novembro de 2017, Mugabe renunciou à Presidência da República e em seu lugar assumiu o vice Emmerson Mnangagwa.


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

NAVIO CHINÊS QUE CRIA ILHAS PODE MUDAR O MAPA DO SUDESTE ASIÁTICO

Um novo navio lançado pela China foi descrito como um "criador mágico de ilhas", sendo que, ele pode escavar grandes "pedaços do fundo do mar e transportá-los por até 15 quilômetros. A ideia seria criar novas ilhas e explorar ainda mais as disputadas águas do Mar da China Meridional e a embarcação foi apresentada pelas autoridades na véspera da visita do presidente dos EUA ao país. 

O Instituto de Estudo e Desenho Marinho de Xangai garante que o navio, chamado Tian Kun Hao, tem o maior contador da Ásia, capaz de escavar muito fundo e transportar areia por longas distâncias. Entretanto, a China é acusada de construir ilhas artificiais no Mar da China Meridional para reforçar sua reivindicação pelas águas, hoje disputadas por vizinhos como Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.

O nome do navio Tian Kun Hao significa um lendário e enorme peixe que pode se transformar em um pássaro mítico. O navio possui um comprimento de 140 metros, capaz de escavar 6 mil metros cúbicos por hora, equivalente a três piscinas do tamanho padrão, a 35 metros de profundidade abaixo do nível do mar.

O navio pode escavar qualquer coisa - desde areia e terra até coral. O navio corta material do fundo do mar, suga e transporta tudo isso por até 15 quilômetros de distância do navio para acumulá-lo e formar um novo território "recuperado". Navios similares, ainda que menores, foram utilizados para construir ilhas no Mar da China Meridional no inicio de 2013.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 7 de novembro de 2017

O BRASIL NA COP23

Apesar de queda do desmatamento, o país chega a Conferência do Clima (COP23) em meio ao aumento de emissões e críticas por retrocessos ambientais. Detentor da maior floresta tropical do mundo busca mais recursos para a Amazônia.

A postura do governo brasileiro em sua participação na COP23 em Bonn, na Alemanha, a partir do dia 6 de novembro. Em conversa com a imprensa internacional às vésperas da COP, o ministro do Meio Ambiente, afirmou que, ao contrário do que tem sido noticiado dentro e fora do país, não houve retrocessos no cuidado com o ambiente.

"No último ano, as notícias e versões que se deram não corresponderam, de fato, àquilo que o governo fez. Nós avançamos na política ambiental e impedimos que essa política ambiental pudesse gerar qualquer impossibilidade de cumprir ao Acordo de Paris", afirmou o ministro Sarney Filho.
Apesar do otimismo do ministro, há poucos meses, o principal doador do Fundo Amazônia, o governo da Noruega, criticou o Brasil por seguir a "direção errada" na política ambiental. Na sequência, o país escandinavo anunciou o corte de 50% no repasse de recursos ao fundo internacional criado para combater o desmatamento.

No final de outubro, o relatório independente divulgado pelo Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) apontou que as emissões no Brasil aumentaram 9% em 2016.

Em Berlim, lideranças indígenas que vieram à Alemanha para participar da COP23 discordam do ministro. "Não há nada de bom na política ambiental brasileira recente", afirma Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (APIB). Ela integra um grupo de lideranças da América Latina que viajou, de ônibus, por capitais europeias para falar sobre o papel da floresta no combate às mudanças climáticas.

"Há uma contradição muito grande entre o que é apresentado no discurso internacional e o que é feito na prática. Nós estamos num momento de total desmonte da política ambiental, dos direitos indígenas e sociais como um todo", disse à DW Brasil.





segunda-feira, 6 de novembro de 2017

COP23 COMEÇA COM A SAÍDA DOS EUA NO ACORDO DE PARIS

A 23ª Conferência do Clima começa no dia 6 de novembro, que vai dar andamento ao Acordo de Paris com o grande desafio de superar a saída dos EUA e, ainda assim, manter as metas estabelecidas em dezembro de 2015. Metas que o Brasil não tem conseguido cumprir e, portanto, pode ser fortemente cobrado por isso.

Ao declarar aberta a conferência, o presidente da COP23 lançou um pedido para uma ação urgente da comunidade internacional. 

"Nosso apelo coletivo é que se mantenha o rumo fixado em Paris", declarou o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama.
Quem lidera a Conferência do Clima das Nações Unidas a cada ano é o país anfitrião. Algo que nessa edição não acontece, já que as Ilhas Fiji não se consideram capazes de acomodar 25 mil negociadores, ambientalistas e jornalistas: o Estado insular no Pacífico Sul sequer dispõe de um centro de convenções grande o suficiente.

A caravana do clima se instala para a COP23, de 6 a 17 de novembro, na cidade de Bonn, a antiga capital alemã. Porém Fiji é que encabeça o encontro, mais exatamente o ex-general Frank Bainimarama, que governa com punho de ferro o Estado formado por 322 ilhas.

Os ambientalistas esperam que Bainimarama faça confluir os diferentes interesses em jogo e aponte possíveis consensos. Sabine Minninger, especialista do serviço de desenvolvimento das Igrejas luteranas alemãs Brot fur die Welt, já visitou o arquipélago Fiji diversas vezes.

"Eles aproveitarão a conferência para enfatizar a vulnerabilidade dos Estados insulares do Pacífico. Estes são especialmente afetados pela mudança climática, desde já, devido à elevação do nível do mar. Ela já forçou Fiji a ter o primeiro lugarejo do mundo realocado por causa da mudança climática."
Um dos temas mais importantes será a concretização do Acordo do Clima de Paris de 2015. Seus signatários se comprometem por meio de metas climáticas nacionais, cuidar para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC. Além disso, os diferentes planos nacionais para o clima devem poder ser comparáveis entre si. E, se possível, as metas para o futuro devem ser formuladas de forma mais ambiciosa.

A ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, só ocupa o cargo de forma interina, pois a composição do novo governo da Alemanha ainda está sendo negociada. Ainda assim, a política social-democrata quer aproveitar essa última atuação internacional para deixar sua marca por meio de trabalho persistente nos detalhes.

"Eu espero que demos passos para definir como vamos preencher o Acordo do Clima. À primeira vista, não parece nada de espetacular. Mas é como se uma nova lei, de âmbito mundial, tivesse sido aprovada em dezembro de 2015, em Paris. E para tal são precisas regras de implementação."
Quase todos os Estados-membros da ONU se comprometem com o Acordo de Paris, apenas Turquia, Rússia e Irã ainda têm que ratificá-lo. Fora isso, há o problema principal: os Estados Unidos. 










sexta-feira, 3 de novembro de 2017

CUBA VOLTA A SE RELACIONAR COM A RÚSSIA APÓS RELAÇÃO FRIA COM OS EUA

A medida que as relações com os EUA esfriam, Havana se aproxima cada vez mais de Moscou. Do petróleo e energia ao esporte e cultura, Putin amplia consequentemente a influência russa no Caribe.

Em julho de 2014, uma notícia de um conceituado diário russo chamou a atenção: Moscou pretenderia reativar em Cuba sua estação de espionagem Sigint, a 160 quilômetros do litoral americano.

O maior posto secreto de monitoração fora da Rússia, que já chegara a abrigar 3 mil funcionários, fora utilizado durante a Guerra Fria para interceptar comunicações telefônicas e radiofônicas americanas.

O presidente Vladimir Putin havia ordenado o fechamento da estação em 2001, alegando motivos financeiros.

Os supostos planos de reabertura, três anos atrás, deram a impressão de um interesse renovado de Moscou na América Latina e em sua aliada de longa data, Cuba e, em especial devido às tensões russas com o Ocidente e os EUA, agravadas pelo conflito na Síria e a crise na Ucrânia.

Na prática, a Sigint continua desativada, mas as condições circunstanciais hoje são semelhantes às de meados de 2014.

Enquanto as relações entre Havana e Washington esfriam rapidamente, depois de supostos "ataques acústicos" contra diplomatas americanos na ilha caribenha, os laços de Cuba com o antigo parceiro Moscou voltam a se estreitar cada vez mais.