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quinta-feira, 27 de abril de 2017

VENEZUELA ANUNCIA SAÍDA DA OEA

A Venezuela, por meio do seu Ministério de Relações Exteriores anunciou que o país deixará a OEA (Organização dos Estados Americanos) em protesto pela convocação de uma reunião de chanceleres para avaliar a crise política no país.

O país já tinha ameaçado a retirada do país do organismo internacional caso o debate fosse convocado. Para deixar a OEA, é necessário aguardar dois anos após o inicio do processo. A Venezuela ainda precisa pagar o que deve ao órgão, cerca de 8,7 milhões de dólares, segundo estipulado o artigo 143 da Carta da OEA, o documento fundacional de 1948.

A diplomacia venezuelana denunciou ainda que está em execução uma espécie de roteiro pré-estabelecido como aconteceu com Cuba em 1962 e que acabou com a suspensão desta nação do organismo continental.

Além disso, acusou a OEA de ter estimulado a onda de violência que a Venezuela vivenciou no último mês, período no qual ocorreram dezenas de protestos, em que saldaram com pelo menos 29 mortos, cerca de 500 feridos e mais de 1000 detidos. 


terça-feira, 25 de abril de 2017

EUA ENVIAM SUBMARINO NUCLEAR EM PLENA TENSÃO COM A CORÉIA DO NORTE

Os EUA enviaram um submarino nuclear à península da Coréia, sendo uma ação com a qual pretende ser uma amostra de força perante a provocação norte-coreana com os seus contínuos teste com armas nucleares.

O submarino nuclear USS Michigan chegou ao porto de Busan, na Coréia do Sul. A chegada do submarino coincide com a comemoração do 85º aniversário do exército norte-coreano e com a possibilidade do regime de Kim Jong-un realizar seu sexto teste nuclear.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

OPOSIÇÃO CONVOCA NOVA MANIFESTAÇÃO APÓS PROTESTOS NA VENEZUELA

A oposição da Venezuela convocou um novo protesto contra o presidente Nicolas Maduro, após os confrontos em todo o país e a morte de três pessoas.

"Amanhã, na mesma hora, convocamos todo o povo venezuelano a se mobilizar. Hoje fomos milhões e amanhã temos que reunir mais pessoas", declarou Henrique Caprilles.
Durante os protestos de quarta-feira (19 de abril), um jovem de 17 anos morreu no hospital após ser baleado por motociclistas encapuzados que atacaram uma concentração opositora no bairro de San Bernadino, em Caracas.

Na cidade de San Cristobal, uma jovem de 25 anos foi baleada na cabeça e morreu durante os protestos e no inicio da noite, um membro da Guarda Nacional Bolivariana morreu em San Antonio de los Altos, subúrbio de Caracas, baleado por um franco-atirador.

Os focos de violência e panelaço persistiam em vários bairros de Caracas e em outras cidades da Venezuela durante a noite.


terça-feira, 18 de abril de 2017

PREMIÊ DO JAPÃO APOIA EUA CONTRA CORÉIA DO NORTE

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou apoio aos EUA em manter as opções abertas diante dos desafios armamentísticos da Coréia do Norte, durante uma reunião com o vice-presidente americano, Mike Pence.

"Temos que resolver de forma diplomática e pacífica, mas o diálogo sem resultados não faz sentido", disse o premiê japonês.

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

PRESIDENTE NORTE-COREANO ENVIA MENSAGEM AO PRESIDENTE SÍRIO CONDENANDO O ATAQUE DOS EUA

O presidente Kim Jong-un enviou uma mensagem destinada ao presidente sírio Bashar Al-Assad repudiando o ataque dos EUA à Síria no 71º aniversário da independência da Síria.

O norte-coreano qualificou o ataque americano de "ato temerário de invasão" sobre a base aérea do regime sírio por seu suposto uso de armas químicas, segundo a mensagem divulgada pela agência estatal KCNA.

Esta é a primeira vez que o ditador crítica pessoalmente a ação militar dos EUA, e acontece no mesmo dia em que o vice-presidente americano, Mike Pence, disse para que a Coréia do Norte não duvide da determinação mostrada pelos EUA em seus recentes bombardeios na Síria e no Afeganistão.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

CORÉIA DO NORTE PROMETE RETALIAÇÃO AS PROVOCAÇÕES AMERICANAS

O exército da Coréia do Norte prometeu uma retaliação a qualquer provocação americana, de acordo com a agência oficial KCNA em meio as tensões com os EUA.

De acordo com o comunicado da agência, o governo do presidente Donald Trump entrou em uma rota de colisão com a Coréia do Norte devido as ameaças abertas e chantagem. O exército norte-coreano assegura que as bases americanas na Coréia do Sul, "bem como todos os quartéis do Mal, serão pulverizados em alguns minutos".




quinta-feira, 13 de abril de 2017

DELAÇÕES DA ODEBRECHT LEVANTAM QUESTÃO: QUAIS POLÍTICOS CHEGARÃO A 2018?

Diante da impossibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir os inquéritos da Lava-Jato até o ano que vem, os políticos citados na lista de Edson Fachin/Rodrigo Janot vão para as eleições gerais de 2018 carimbados com o rótulo de investigados. 

A situação ficará mais complexa para candidatos a cargos majoritários, como Senado, governos estaduais e presidência da República. Nas eleições proporcionais, a chance de se esconder em uma chapa de partidos ou na lista fechada pode aumentar as possibilidades de êxito nas urnas.

Essa dificuldade cria um outro embaraço, desta vez, para o governo. Os políticos, por uma questão de sobrevivência, também devem ter mais dificuldades em aprovar medidas impopulares, como as reformas da Previdência e trabalhista. 

“A única alternativa seria se a aprovação das reformas conseguisse dar um choque de otimismo, os investidores despejassem recursos infinitos e o otimismo remontasse à 2010. Mas isso não vai acontecer, não dá tempo”, afirmou o cientista político do Insper, Carlos Melo.

Os inquéritos abertos a partir das delações da Odebrecht provocaram estragos em linhas sucessórias estaduais importantes. Minas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Maranhão e outras unidades da Federação que tiveram os principais caciques partidários avariados pelas denúncias. 

Os três presidenciáveis do PSDB — Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra — têm inquéritos. Maior estrela do PT e candidato do partido ao Planalto em 2018, Luiz Inácio Lula da Silva terá de se virar para explicar-se na Justiça Federal do Paraná.

“Não há ainda como cravar que em 2018 trocaremos completamente o establishment político brasileiro. Mas teremos o início de uma renovação, que poderá vir até por dentro, com a eleição de filhos e parentes dos citados na Lava-Jato”, avaliou o analista político da XP Investimentos, Richard Bach. 
“Agora, com o levantamento dos sigilos, os vídeos dos depoimentos dos ex-executivos vão viralizar nas redes sociais”, completou Richard.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A LISTA DE FACHIN

Veja a lista de políticos que estão envolvidos na delação da Odebrecht. A arte gráfica é da Folha de São Paulo.

Veja a lista a partir do link abaixo:

terça-feira, 11 de abril de 2017

INDICAÇÃO DE FILME 06

A indicação de filme será sobre pessoas que se arriscam no meio da guerra na Síria para salvar pessoas em meio a bombardeios e explosões. Vencedor do oscar de melhor filme curta-metragem, o filme "Os Capacetes Brancos" retratam o horror na guerra da Síria e um simples gesto de esperança em meio ao inferno da guerra.

Filme disponível no Netflix.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

JUSTIÇA DA ÁFRICA DO SUL AUTORIZA VENDA DE CHIFRES DE RINOCERONTES

Um tribunal da África do Sul efetivamente revogou a proibição que vigorava no país ao comércio de chifres de rinoceronte, decisão que causou polêmica por parte das organizações que lutam pela preservação dos animais.

A África do Sul abriga mais de 200 mil rinocerontes, sendo mais de 80% da população da espécie e 1/3 pertencentes a proprietários privados. 

O uso dos chifres dos rinocerontes são muito usados na medicina tradicional asiática. O número de rinocerontes caçados ilegalmente no país cresceu 9000% entre 2007 e 2014, chegando a um recorde.

No entanto, o governo sul-africano estuda um meio de anular a decisão do tribunal, sugerindo que colocaria regras mais rígidas na regulação da venda legal de chifres de rinoceronte.




sexta-feira, 7 de abril de 2017

O CONFLITO NA SÍRIA: 10 MOTIVOS PARA TENTAR "ENTENDER" O CONFLITO

A guerra na Síria, que começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad, se converteu em um conflito brutal e sangrento que não apenas afeta a população local, mas arrasta potências regionais e internacionais. 

A ONU estima que a guerra tenha deixado cerca de 400 mil mortos e provocado um êxodo de mais de 4,5 milhões de pessoas do país - o maior da história recente.
Após seis anos de conflito, ainda não é possível ver uma luz no fim do túnel na Síria

Na madrugada desta sexta-feira, a guerra ganhou novos contornos. Os Estados Unidos lançaram 59 mísseis contra uma base militar na Síria, em retaliação ao suposto ataque químico, atribuído ao governo de Bashar al-Assad, que matou ao menos 80 pessoas, entre elas 27 crianças na última terça-feira. O bombardeio foi ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que até então citava Assad como um aliado na guerra contra o terror.

Os mísseis Tomahawk foram disparados de dois navios de guerra americanos estacionados no mar Mediterrâneo.

Em pronunciamento, o presidente Trump classificou o ocorrido como uma "afronta à humanidade", acrescentando: "Quando você mata crianças inocentes, bebês inocentes, bebês pequenos (...) isso passa dos limites".

Agora vamos ver os 10 motivos para "tentarmos entender" (se for possível entender o "porque" dessa guerra) o conflito na Síria:
  1. O que foi o 'ataque químico'?
    • De acordo com o grupo britânico de monitoramento do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, 86 pessoas - 27 delas crianças - foram mortas no incidente químico em Khan Sheikhoun, na província de Idlib.
    • Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a instituição de caridade médica Médicos Sem Fronteiras disseram que algumas das vítimas apresentavam sintomas consistentes de exposição a agentes que afetam o sistema nervoso
  2. O que dizem os líderes americanos?
    • "Eu vou te dizer, aconteceu que minha visão em relação à Síria e Assad mudou muito", afirmou Trump, que antes citava o presidente do país em guerra como um aliado na luta contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, que controla algumas regiões sírias.
    • Questionado durante uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia na Casa Branca sobre estar formulando uma nova política em relação ao país do Oriente Médio, o americano disse a repórteres: "Vocês verão".
    • O vice-presidente Mike Pence disse, por sua vez, que todas as opções sobre a Síria "estão à mesa"
  3. O que dizem os russos?
    • A Rússia reconheceu que os aviões sírios atacaram Khan Sheikhoun, mas diz que a aeronave atingiu um depósito que produzia armas químicas para serem usadas por militantes no Iraque.
    • A "aviação da Síria fez um ataque contra um grande depósito de munição terrorista e uma concentração de equipamento militar nos subúrbios a leste da cidade de Khan Sheikhoun", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konoshenkov.
  4. Assad já usou armas químicas antes?
    • O governo sírio foi acusado por potências ocidentais de disparar foguetes de sarin (composto químico que age no sistema nervoso) em Ghouta, Damasco, matando centenas de pessoas em agosto de 2013.
    • O presidente Assad negou a acusação e culpou os rebeldes, mas concordou em destruir o arsenal químico da Síria. Apesar disso, a Organização pela Proibição de Armas Químicas continuou a reportar o uso de produtos químicos tóxicos em ataques no país.
    • Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, voltou a negar esse tipo de ação.
    • "Reforço mais uma vez que nosso Exército nunca usou e não usará armas químicas", disse ele. "Não apenas contra nossos civis, nosso povo, mas também não usará armas químicas contra os terroristas que estão atacando e matando nossos civis com seus morteiros."
  5. Qual era a situação na Síria antes da guerra - e o que levou ao conflito?
    • Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000.
    • Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças de segurança.
    • O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países árabes.
  6. Como começou a guerra civil?
    • Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado.
    • A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram em centenas de brigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.
    • Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.
    • O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.
       7. Quem está lutando contra quem?
    • A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens.
    • O número de membros da oposição moderada secular foi superado pelo de radicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda.
    • Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
    • Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria.
    • Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio.
    • Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de "estabilizar" o governo após uma série de derrotas para a oposição.
    • A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A maior delas foi a retomada da cidade de Aleppo, um dos principais redutos dos grupos de oposição, em dezembro de 2016.
         8. Qual é o envolvimento das potências internacionais?
    • Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como pré-condição para a paz.
    • Trump, por sua vez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorrido na última terça, porém, seu discurso mudou.
    • Já a Rússia apoia a permanência de Assad no poder, o que é crucial para defender os interesses de Moscou no país.
    • O Irã, de maioria xiita, é o aliado mais próximo de Bashar al-Assad. A Síria é o principal ponto de trânsito de armamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milhares de combatentes para apoiar as forças sírias.
    • Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.
          9. Por que a guerra está durando tanto?
    • Um fator chave é a intervenção de potências regionais e internacionais.
    • Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síria em campo para uma guerra indireta.
    • A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcial em relação às questões religiosas).
    • As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidades de ambas as partes, não apenas causando a perda de vidas, mas a destruição de comunidades, afastando a esperança de uma solução pacífica.
         10. Qual é o impacto da guerra?
    • O enviado da ONU para a Síria, Steffan de Mistura, estimou que a guerra já matou 400 mil pessoas.
    • Para a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediada em Londres, até setembro a cifra de mortos passava de 465 mil.
    • Já o Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, outro grupo de estudos, calcula que o conflito já tenha causado a morte de mais de 470 mil pessoas.
    • Segundo a ONU, até fevereiro de 2016 mais de 5 milhões de pessoas haviam fugido do país - a maioria mulheres e crianças.
    • O êxodo de refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia.
    • Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades.

Homs, chamada de 'capital da revolução', foi uma das cidades que mais sofreram


Fonte: BBC Brasil/Agência Reuters

quinta-feira, 6 de abril de 2017

MAIS DE 300 PESSOAS SEGUEM DESAPARECIDAS EM DESLIZAMENTO NA COLÔMBIA

Soldados, policiais e voluntários seguem os trabalhos de recuperação na cidade de Mocoa, na Colômbia, que foi arrasada por um deslizamento que matou 301 pessoas.

O presidente Juan Manoel Santos, explicou que, a medida que os trabalhos avançam, é possível ter clareza do número de desaparecidos.

Esta manhã (5 de abril), 467 pessoas reportaram os seus familiares desaparecidos, sendo que, desses foram localizados 153 pessoas, 119 foram encontradas com vida e 34 estavam mortas, disse o presidente colombiano.

No terreno, mais de 340 socorristas exploram lugares onde acredita-se existir corpos, embora muitas interrompam seu trabalho vencidos pela lama e pedras esperando a chegada de mais máquinas para ajudar nas buscas.


quarta-feira, 5 de abril de 2017

CORRUPÇÃO E TRABALHO ESCRAVO EM ESTÁDIOS PARA A COPA DE 2018 NA RÚSSIA

Nesta semana, uma denúncia da revista norueguesa Josimar (sim, há uma revista de futebol com o nome do lateral brasileiro que brilhou na Copa de 1986): o uso de trabalho escravo de norte-coreanos, além de péssimas condições de trabalho para os trabalhadores imigrantes – que representam cerca de 50% da mão de obra dos estádios da Copa, segundo o próprio Comitê Organizador Local da Copa 2018.


No dia 11 de fevereiro, a Zenit Arena foi aberta, em um evento para 10 mil pessoas com música, dança e até um urso. Sim, um urso. Então o estádio está pronto? Não, ainda não está. “Mesmo o estádio não estando pronto, Putin exigiu que fosse aberto”, afirmou Sergey Kagermazov, repórter que trabalhou disfarçado e falou com a revista Josimar. Segundo ele, quatro trabalhadores morreram entre agosto e dezembro de 2016. A causa? Cair no concreto e eletrocutados.
O gerente de projeto entrevistado pela Josimar contra as condições que ele vê os trabalhadores norte-coreanos: trabalham dia e noite e dormem em um container, dentro da obra, em uma área cercada de cercas. Em novembro, foi noticiada a morte de um trabalhador norte-coreano do estádio. A polícia russa alegou que foi um ataque cardíaco. O gerente de projeto diz que a causa da morte – desta e das outras – foi outra. Fontes consultadas pela revista Josimar disseram que diversas organizações internacionais entraram em contato com a Fifa e expressaram suas preocupações depois da notícia da morte do trabalhador sul-coreano. A Fifa prometeu investigar. Não houve qualquer resposta depois disso.
O uso de trabalho norte-coreano é muito controverso em toda comunidade internacional. Algumas organizações humanitárias descrevem os norte-coreanos como escravos e reféns. Do que é pago para estes trabalhadores, cerca de 90% é tirado deles. Eles ficam sob vigilância 24 horas por dia, tanto no trabalho quanto nos containers que dormem. Alguns dos trabalhadores deixam a Coreia do Norte com contratos de trabalho de 10 anos e são explorados por seus empregadores e pelo regime norte-coreano.
É justamente o regime da Coreia do Norte o motivo de tantos trabalhadores do país serem mandados para outros lugares. Eles geram receita para o governo. Como há um boicote internacional à Coreia do Norte pelo frequente teste de armas nucleares, o governo norte-coreano fica com cada vez menos fontes de recursos. Trabalhadores fora do país ajudam a fazer entrar dinheiro no país. Segundo as Nações Unidas, este tipo de serviço gera até US$ 2 bilhões por ano à Coreia do Norte e é uma das principais receitas do governo norte-coreano.
Um dinheiro que organizações de direitos humanos denunciam que é usado para o programa de armas nucleares. Marzuki Darusman, ex-investigador especial das Nações Unidas na Coreia do Norte até 2016, descreve os trabalhadores da Coreia do Norte fora do país como escravos. Organizações humanitárias trabalham para que os países que usam a força de trabalho norte-coreana sejam responsáveis por essas violações de direitos humanos – além, evidentemente, da Coreia do Norte, que não reconhece as Nações Unidas.

CONDIÇÕES SUBHUMANAS
Os relatos são assustadores. Os passaportes dos trabalhadores ao retidos por seus empregadores (prática, aliás, muito usada também no Oriente Médio). Eles sabem que, se reclamarem, haverá consequências tanto para eles quanto para as suas famílias, na Coreia do Norte. Por isso organizações de direitos humanos os descrevem como reféns. Esta é a principal diferença entre os trabalhadores imigrantes na Rússia, muitos deles de ex-repúblicas soviéticas, como Uzbequistão, Belarus, Moldova, Ucrânia e Quirguistão. Suas famílias não estão sob um governo ditatorial, sob ameaça, caso o trabalhador fuja.
Uma advogada que trabalha com casos de direitos humanos, Olga Tseitlina, atendeu a um cliente norte-coreano em 2016 que descreveu a rotina. E o relato é estarrecedor. Ele serviu 10 anos no exército do país, antes de ser mandado para trabalhar fora. No exército, apanhava de superiores. Um tratamento similar ao que ele recebia no local de trabalho, fora do país. Recebia US$ 5 por mês, o resto ia para o governo norte-coreano. Trabalhava em uma madeireira em uma floresta da Sibéria, sem dia de folga, com longas jornadas de trabalho. Davam a ele uma maça, um ovo e um pouco de arroz durante o dia. Nada mais.
No acampamento onde moravam os trabalhadores, muitos estavam sem água corrente e sem a possibilidade de sequer tomar banho. O corpo do norte-coreano tinha diversas mordidas de insetos. Piolhos eram comuns. Depois de trabalhar por três anos nestas condições, o trabalhador atendido pela advogada Tseitlina fez o que grande parte dos trabalhadores norte-coreanos fora do país fazem: fugiu. Mas teve que enfrentar a ameaça de deportação e, ao contrário da maioria, conseguiu ficar na Rússia, mas vive sob constante medo.
Esta é uma situação muito comum. O Kremlin faz pressão sobre as organizações que ajudam trabalhadores imigrantes. Em 2013, havia 10 organizações como essa. Atualmente, apenas três. Uma delas é a Cruz Vermelha, que não dá informações e nem entrevistas, mesmo solicitada pela Josimar. A estimativa é que 30 mil trabalhadores norte-coreanos trabalhem na Rússia e ao menos 100 mil tenham sido exportados como força de trabalho para países como China e Oriente Médio, além da Rússia.
As acusações de trabalho escravo não são uma novidade quando falamos de obras da Copa do Mundo. As obras para a Copa de 2022, no Catar, frequentemente são acusadas de usarem trabalho escravo, especialmente de pessoas do leste da Ásia, que chegam em condições muito parecidas com as da Coreia do Norte, com passaporte apreendido e em condições de moradia sub-humanas, sob constante vigilância e jornada de trabalho dia e noite.
São cerca de 110 trabalhadores norte-coreanos que passaram pela obra da Arena Zenit. Entre agosto e dezembro, quatro mortes. O Comitê Organizador Local da Copa 2018 diz que lamenta profundamente as mortes. O COL também não confirmou a presença de norte-coreanos nas obras do estádio de São Petersburgo, além de negar as más condições de trabalho alegadas, usando duas inspeções feitas por organizações de direitos dos trabalhadores como prova.
Não esperávamos nada diferente em relação à postura das autoridades russas. É difícil esperar também que a Fifa, que é cúmplice de tudo que temos visto no Catar e na Rússia, faça algo a respeito, mesmo que seja vistoriando de forma efetiva. Restam as organizações internacionais de direitos humanos, como a Cruz Vermelha e Anistia internacional, que podem fazer mais barulho e cobranças públicas para, no mínimo, constranger os organizadores.
É impossível ver tudo isso e não lembrar do que disse Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da Fifa na época dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, quando tinha problemas com o governo brasileiro. 
“Vou dizer algo que é maluco, mas menos democracia às vezes é melhor para se organizar uma Copa do Mundo. Quando você tem um chefe de estado forte, que pode decidir, assim como Putin poderá ser em 2018, é mais fácil para nós organizadores do que um país como a Alemanha, onde você precisa negociar em diferentes níveis”, disse Valcke, em abril 2013. 
Simbólico. Passados quatro anos, Valcke caiu e foi banido do futebol por suspeitas de corrupção.
O triste é pensar que a Copa do Mundo, um dos maiores e mais fantásticos acontecimentos do esporte, é construída pelos braços de trabalhadores escravos. Isso é inaceitável e essas denúncias devem ser vistas e apuradas com seriedade por todas as autoridades envolvidas. Mas é Putin, não é? Não podemos esperar que algo vá ser feito.
Link da reportagem da revista norueguesa Josimar em inglês:

terça-feira, 4 de abril de 2017

PRODUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL CAIU 0,8% EM FEVEREIRO

De acordo com o IBGE, a produção industrial subiu apenas 0,1% em fevereiro comparado com 2016. O resultado ficou abaixo do esperado com alta de 0,7% e recuo de 0,2% em janeiro.

A diminuição na fabricação de alimentos e a produção industrial cresceu menos do que o esperado em fevereiro, recuperando parte de perdas do mês anterior dando indício de dificuldade da economia imprimindo um ritmo consistente de recuperação.


segunda-feira, 3 de abril de 2017

EXPLOSÃO EM METRÔ DEIXA DEZ MORTOS NA RÚSSIA

Uma explosão atingiu o metrô de São Petesburgo, segunda maior cidade da Rússia, na manhã desta segunda-feira deixando ao menos 10 mortos no local. A estação foi evacuado e ao menos sete estações foram interditadas.

O presidente russo Vladimir Putin estava na cidade para participar de um evento, porém não se sabe se ele estava na cidade no momento da explosão.