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domingo, 19 de junho de 2016

DETECTOR DE METAL NO RESTAURANTE E VÁRIAS NOTAS PARA COMPRAR REFRIGERANTE

Não caminhe do centro para casa. Nem pense em usar o metrô. Não saia depois das 18h30. Traga tudo que precisar, inclusive sabonete para o banho, já que nem os hotéis cinco entrelas o estão dando. Não marque de almoçar com amigos: todo mundo está "duro".
Pareciam conselhos para quem vai, se não para um front de guerra, ao menos para um local bem distante da sua própria realidade. Mas eu estava indo para meu país.
Fazia quatro anos que eu não colocava os pés na Venezuela. Não era a primeira vez que experimentava o choque do regresso após uma longa temporada no exterior.
Deste vez, foi diferente. Nesse tempo, o presidente Hugo Chávez morreu. O preço do petróleo despencou de mais de US$ 100 (R$ 350) para cerca de US$ 40 (R$ 140).
O que primeiro chamou minha atenção foi o quão vazio parecia estar o aeroporto, ainda mais em comparação com o de Bogotá, na Colômbia, onde havia feito escala.
Contei pouco mais de uma dezena de aviões estacionados em frente ao terminal internacional em uma tarde de domingo e, pela primeira vez, não tive de esperar em uma fila para fazer a imigração.
Estava contente, tomada pela sensação de voltar para casa e reencontrar coisas tão familiares. El Ávila, a montanha que rodeia o vale onde fica Caracas, estava bela como sempre.
Os rachos (edifícios precários das vizinhanças mais pobres) estavam mais sujos do que quando foram pintados de amarelo, verde, azul, violeta e vermelho, mas continuavam nos mesmos lugares. Assim como o buraco na estrada que uma vez me custou um pneu furado.
Mas bastou comprar uma garrafa de água para matar a sede em meio ao calor tropical para acordar e ver que a realidade não era a mesma que eu havia deixado para trás.
Fonte: BBC Brasil/UOL Notícias

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