Translate

sábado, 25 de junho de 2016

1 ANO DO BLOG "GEOGRAFANDO"

Hoje faz exatamente 1 ano que postei meu primeiro post neste blog. Confesso que não tenho escrito tanto devido ao meu trabalho e tempo, obviamente. Mas sempre que posso, tenho tempo ou paciência sempre escrevo e sempre escreverei neste blog. 

Parabéns e vida longa ao blog.



E um pedaço para todos os leitores. Muito obrigado.



PAÍSES FUNDADORES DA UNIÃO EUROPÉIA PEDEM A SAÍDA IMEDIATA DO REINO UNIDO APÓS O PLEBISCITO

Os países fundadores da União Europeia afirmaram neste sábado (25) seu desejo por uma negociação rápida para a saída do Reino Unido, depois de 52% dos britânicos votarem pelo fim da permanência no bloco no plebiscito de quinta-feira.

Em uma reunião de emergência de ministros das Relações Exteriores, realizada em Berlim, o representante alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que as negociações precisam começar "o mais rápido possível".
A pressão da UE vai contra a agenda britânica: na quinta-feira, o premiê David Cameron, que fez campanha pela permanência no bloco, anunciou que deixará o cargo até outubro e que o processo de saída será conduzido por seu sucessor.
Mesmo lideranças pró-saída, como o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, disseram não haver pressa para as conversas.
No entanto, o ministro francês das Relacões Exteriores, Jean-Marc Ayrault, foi veemente ao afirmar que Londres precisa acionar imediatamente a Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que rege o processo de saída de um país da UE.
"O povo britânico expressou sua vontade (nas urnas). Não queremos brincadeiras", disse Ayrault, ao final da reunião, de que participaram França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Itália e Holanda, os países signatários do Tratado de Roma, que em 1957 marcou o início do processo de união política e econômica europeia.
Steinmeier disse que a ruptura britânica não pode ser um obstáculo para a estabilidade da UE.
"Estamos aqui para dizer que esse processo precisa começar logo, para que não fiquemos no limbo".
Em entrevista à mídia alemã, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também foi taxativo ao dizer que não espera um "divórcio amigável" com os britânicos.
"Não faz sentido esperar até outubro para negociar os termos de saída, pois os britânicos já decidiram que querem ir embora. De qaulquer maneira, nunca estivemos em um caso de amor profundo", declarou Juncker.
A pressa se justifica principalmente pelo temor em Bruxelas de que o resultado do plebiscito britânico ecoe por ainda mais tempo se o bloco de 28 nações mostrar leniência diante da inédita partida de um integrante.
Em países como a própria França, partidos "eurocéticos" aproveitaram o "não" vindo do outro lado do Canal da Mancha para exigir o mesmo tipo de consulta popular de seus governos.
A UE também promete dureza com Londres para evitar uma situação em que os britânicos consigam uma barganha político-econômica (permanência no mercado comum com maior controle de imigração, por exemplo) que possa despertar a cobiça de outros países-membros.
Na reunião de emergência, em Berlim, os ministros não se pronunciaram sobre outro problema criado pelos britânicos: uma possível nova tentativa de independência por parte da Escócia, em que a votação pró-EU passou de 60%.
Neste sábado, a líder do governo escocês, Nicola Sturgeon, anunciou que o país quer conversas imediatas com Bruxelas para "proteger o lugar da Escócia na UE".
Um dia antes, Sturgeon afirmara ter dado o pontapé inicial em estudos para a realização de um segundo plebiscito de independência escocesa - em 2014, 55% dos escoceses votaram pela permanência no Reino Unido.
Fonte: BBC Brasil/UOL Notícias

sexta-feira, 24 de junho de 2016

BREXIT: A SAÍDA DO REINO UNIDO DA UNIÃO EUROPÉIA



Embora por uma margem apertada - 51,9% a 48,1% -, o Reino Unido votou pela saída da União Europeia (UE) no plebiscito realizado nesta quinta-feira.
Trata-se de uma decisão histórica, que muda a relação do país com seus vizinhos e com o mundo. O país pertenceu ao bloco desde a fundação de seu embrião, a Comunidade Econômica Europeia, há 43 anos.

Como fica o governo do país

O primeiro-ministro britânico, David Cameron foi a principal liderança na campanha pela permanência do país na UE e anunciou, na manhã desta quinta-feira, que deixará o cargo, ainda que não imediatamente - em seu discurso, ele disse esperar que o Reino Unido tenha um novo premiê até outubro.
Não se sabe ainda quem será seu sucessor; é provável que seja um dos figurões do Partido Conservador que estiveram engajados na campanha pela saída da UE, como o ex-prefeito de Londres Boris Johnson ou o ex-ministro da Educação Michael Gove.

Como será o processo de saída da UE

Durante a campanha, Cameron disse que uma vitória da saída no plebiscito o levaria a ativar a Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que desde 2009 funciona como uma espécia de Constituição Europeia - dando início ao processo formal de retirada do bloco.
Uma vez que o Artigo 50 é acionado, não dá para voltar atrás: um país só pode voltar à UE com o aval unânime dos outros países-membros.
O processo de saída, porém, não é automático - ele tem de ser negociado com os membros do bloco.
Essas negociações têm prazo máximo de dois anos e o Parlamento Europeu tem poder de veto sobre qualquer novo acordo formalizando o relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia.
Michael Gove e Boris Johnson, os principais líderes da campanha pela saída, disseram que não há necessidade imediata de ativação da cláusula. Seu raciocínio é que um pouco de "tempo para respirar" poderia convencer os outros líderes europeus a aceitar uma saída amigável dos britânicos, sobretudo no que diz respeito ao acesso do país ao mercado comum.
O grande problema é a incerteza, já que nenhum país da União Europeia até hoje deixou o bloco desde sua criação.
As negociações de saída ainda não têm data de início, mas prometem ser complexas, pois envolvem a rescisão de tratados internacionais e, sobretudo de legislação interna britânica. Para começar, o Parlamento britânico precisa derrubar os atos que dão primazia à lei europeia sobre a britânica.
Para se ter uma idea da complexidade, há pelo menos 80 mil páginas de acordos entre o Reino Unido e a União Europeia.

E a reação dos mercados?

Todo os olhos agora estão nos mercados, incluindo a Bolsa de Londres, mas o resultado do plebiscito já foi o suficiente para derrubar a cotação da moeda britânica, a libra esterlina, para seu menor valor em relação ao dólar desde 1985.
O Banco Central Britânico já anunciou que intervirá para tentar manter a estabilidade da moeda, mas mesmo os partidários da saída britânica da UE dizem esperar um período de incerteza nos mercados.

Como será a reação da Europa

Os líderes dos países da UE manifestaram seu desejo de que o Reino Unido permanecesse no bloco, e o resultado do plebiscito vai causar consternação do outro lado do Canal da Mancha. É bastante provável que uma reunião de cúpula de emergência já ocorra durante o fim de semana.
É difícil prever o que vai acontecer. Em Bruxelas, o centro nervoso da UE, já há rumores sobre uma oferta de concessões de última hora para tentar impedir o "Brexit" - fala-se em um tipo especial de presença, em que o Reino Unido ficaria no bloco, mas teria maior controle sobre a imigração, um dos tópicos que mais influenciaram o voto pela saída.
No entanto, políticos britânicos dos dois lados da discussão já afirmaram a importância de respeitar o resultado das urnas.
E o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, disse essa semana que os britânicos não poderiam esperar boa vontade de Bruxelas caso optassem pela saída. Uma atmosfera pesada de negociações é uma possibilidade bastante real.
Os líderes europeus temem também que o resultado britânico estimule o "separatismo" em outros países.

As batalhas que o Parlamento terá pela frente

A maioria dos 650 deputados federais britânicos é favorável à permanência do Reino Unido na UE, e apesar da necessidade de respeitar o desejo do povo, expressado pelo resultado do plebiscito, eles não serão testemunhas silenciosas do processo de saída.
Há pelo menos 450 deputados de diversos partidos articulando o lobby para que as negociações com a UE tenham a permanência britânica no mercado europeu como condição fundamental.
Isso, porém, forçaria o Reino Unido a manter suas fronteiras com a UE abertas para trabalhadores europeus e continuar contribuindo para o orçamento do bloco - um ponto controverso para os defensores da saída.
E deputados favoráveis à saída querem a aprovação de legislação especial para pavimentar as negociações da retirada. E já identificaram justamente o objetivo de derrubar o ato parlamentar que em 1972 trouxe o Reino Unido para a então Comunidade Econômica Europeia.

E o impacto sobre as nações do Reino Unido?

O placar final apertado do plebiscito não foi o único indicador de imensa divisão entre os britânicos.
Houve imensa disparidade na distribuição regional dos votos, e o fato de que a Escócia votou em peso pela permanência na UE não passou despercebido (66% votaram para ficar no bloco).
Em 2014, o país realizou um plebiscito de independência em que 55% da população defendeu a manutenção da união estabelecida em 1707.
Mas agora, seus líderes têm argumentos para forçar uma nova consulta.
Durante a campanha do plebiscito da UE, o Partido Nacional Escocês (SNP) alertou que a Escócia não aceitaria ser "removida à força" do bloco e que o processo poderia ressuscitar a causa separatista.
Na Irlanda do Norte, onde 56% votaram pela permanência, lideranças republicanas, favoráveis a uma reunificação com a Irlanda ventilaram a possibilidade de um plebiscito sobre independência.
Fonte: BBC Brasil/UOL Notícias

domingo, 19 de junho de 2016

DETECTOR DE METAL NO RESTAURANTE E VÁRIAS NOTAS PARA COMPRAR REFRIGERANTE

Não caminhe do centro para casa. Nem pense em usar o metrô. Não saia depois das 18h30. Traga tudo que precisar, inclusive sabonete para o banho, já que nem os hotéis cinco entrelas o estão dando. Não marque de almoçar com amigos: todo mundo está "duro".
Pareciam conselhos para quem vai, se não para um front de guerra, ao menos para um local bem distante da sua própria realidade. Mas eu estava indo para meu país.
Fazia quatro anos que eu não colocava os pés na Venezuela. Não era a primeira vez que experimentava o choque do regresso após uma longa temporada no exterior.
Deste vez, foi diferente. Nesse tempo, o presidente Hugo Chávez morreu. O preço do petróleo despencou de mais de US$ 100 (R$ 350) para cerca de US$ 40 (R$ 140).
O que primeiro chamou minha atenção foi o quão vazio parecia estar o aeroporto, ainda mais em comparação com o de Bogotá, na Colômbia, onde havia feito escala.
Contei pouco mais de uma dezena de aviões estacionados em frente ao terminal internacional em uma tarde de domingo e, pela primeira vez, não tive de esperar em uma fila para fazer a imigração.
Estava contente, tomada pela sensação de voltar para casa e reencontrar coisas tão familiares. El Ávila, a montanha que rodeia o vale onde fica Caracas, estava bela como sempre.
Os rachos (edifícios precários das vizinhanças mais pobres) estavam mais sujos do que quando foram pintados de amarelo, verde, azul, violeta e vermelho, mas continuavam nos mesmos lugares. Assim como o buraco na estrada que uma vez me custou um pneu furado.
Mas bastou comprar uma garrafa de água para matar a sede em meio ao calor tropical para acordar e ver que a realidade não era a mesma que eu havia deixado para trás.
Fonte: BBC Brasil/UOL Notícias