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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

TURQUIA FAZ PEDIDO Á RÚSSIA PARA QUE RECONSIDERE SANÇÕES PELO ATAQUE AO AVIÃO RUSSO


O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu negou-se nesta segunda-feira a pedir desculpas em nome de Ancara pelo ataque ao avião militar russo na fronteira síria.
"Esperamos que a Rússia reconsidere as sanções contra a Turquia", afirmou Davutoglu em coletiva conjunta com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
Ele assegurou que nenhuma autoridade turca se desculpará "por ter cumprido seu dever". Estamos dispostos a falar, através dos canais diplomáticos e militares, com a Rússia. Não temos a intenção de ter uma escalada com Moscou", afirmou ainda.


Mais cedo, o Kremlin informou que o presidente russo, Vladimir Putin, não deve se reunir com seu colega turco Recep Tayyip Erdogan à margem da cúpula sobre o clima em Paris, apesar de o dirigente turco ter pedido um encontro "cara a cara" com o chefe de Estado russo.

Na sexta-feira, Erdogan afirmou que não aceitava as críticas de Putin em relação ao fato de a Turquia ter abatido um avião militar russo na fronteira síria.


Erdogan afirmou que para falar sobre a crise entre os dois países era preciso ver Putin cara a cara, quando se encontrassem em Paris na Conferência do Clima.

"Gostaria de encontrar o sr. Putin na segunda-feira cara a cara em Paris para conversarmos, eu gostaria que este problema não prejudicasse nossas relações". declarou Erdogan.
Mas Erdogan também acusou Putin de usar avião abatido como desculpa para prosseguir com seu objetivo de reforçar o regime sírio de Bashar al-Assad.

Fonte: AFP/UOL Notícias


sábado, 28 de novembro de 2015

AQUECIMENTO GLOBAL - PLANTAR ÁRVORES É A SOLUÇÃO?

O reflorestamento é uma das principais estratégias para o combate do aquecimento do global, tema das negociações para um acordo mundial para o clima que ocorrerão em Paris, na COP-21. Mas poderíamos assumir a missão de salvar o mundo por conta própria? Adiantaria sair plantando árvores por aí?
São muitos os benefícios promovidos pelo plantio de árvores em áreas urbanas. Elas ajudam a reduzir o calor da selva de pedra urbana, a evitar enchentes e preservar cursos de água, além de tornarem o ambiente mais agradável com suas cores e sombras. Mas a emissão de gases que intensificam o efeito estufa, responsável pelo aquecimento do planeta, é tão grande que a arvorezinha plantada na praça, apesar de toda sua importância, pouca força tem para combater inimigo tão gigantesco.
Em uma metrópole como São Paulo, cerca de 3,9 mil toneladas de CO2 são lançados na atmosfera por dia apenas pela frota de 15 mil ônibus que circulam pelas ruas – o cálculo leva em consideração dados da SPTrans e da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, que estima que um ônibus movido a diesel emita 2,6 kg de CO2 por litro de combustível.
Já uma área reflorestada do tamanho do parque do Ibirapuera poderia sequestrando do ar até 800 toneladas de CO2 em um ano, considerando-se o sequestro médio, indicado por estudos, de cinco toneladas de carbono por hectare (10.000 m², pouco mais que um campo de futebol). Ou seja, bem menos do que é emitido pelos ônibus em um dia.
"Um parque inteiro não sequestra nem o emitido por dez ônibus em São Paulo", diz Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês).
Essa visão de reflorestamento em grande escala é adotada por quem participa do mercado de plantio de árvores para reduzir emissões de gases de efeito estufa. Lucas Pereira, geógrafo e diretor da Iniciativa Verde, OSCIP que ajuda empresas e pessoas físicas a compensarem plantando árvores suas "pegadas de carbono", ressalta que o plantio para este fim é feito em grandes áreas, que comportem no mínimo 10 mil árvores.
"Nós calculamos o quanto um hectare [10 mil m²] de floresta absorve de carbono. Uma pessoa que queira plantar cinco, dez árvores, irá contribuir para a formação de parte desse hectare que será plantado", afirma Pereira. Segundo ele, cada hectare abriga 1.666 árvores. "De fato ela vai contribuir para a restauração da floresta, compensando diretamente sua emissão", completa

Qual árvore plantar para salvar o clima?

Há árvores que contribuem por serem mais eficazes para sequestrar CO2, outras por serem longevas e crescerem lentamente. "Árvores pioneiras, como o mutambo, manacá e monjoleiro, possuem maior capacidade de absorção nos primeiros anos de vida, mas não crescem muito e morrem cedo", diz Pedro Brancalion, professor de recuperação florestal da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP.
"As árvores típicas de florestas maduras e melhor conservadas, como jatobás, ipês e perobas, crescem bem devagar e absorvem pouco carbono por ano. Mas como vivem muitos anos e atingem grande porte, representam os principais estoques de carbono nas florestas", completa.
Os especialistas afirmam que o Brasil ainda não possui projetos vigorosos de recuperação de florestas. Iniciativas como as da Iniciativa Verde, que em 10 anos de atividade plantou cerca 1,3 milhão de árvores principalmente no Estado de São Paulo, representam, no entanto, uma opção para a redução da emissão de gases estufas.
Segundo Pereira, além de sequestrar carbono, o reflorestamento pode provocar efeito indireto na redução do aquecimento global. "A floresta preserva os cursos de água, ajuda a manter vazão mais constante e os lençóis freáticos abastecidos em épocas de estiagem", diz ele. Tal feito ajudaria a evitar crises hídricas, poupando o país, por exemplo, do acionamento de termoelétricas, que em 2014 foram as principais vilãs que impediram redução das emissões de CO2 pelo país.
Fonte: UOL Notícias